Terça, 13 Julho 2021 19:58

História em quadrinhos sobre Marielle Franco será lançada no dia 27 de julho

Publicação faz parte da programação do Julho das Pretas, campanha que visa denunciar violência, racismo e machismo contra as mulheres negras
A vida e trajetória de luta política em defesa da população negra e pobre, em especial aas mulheres, de Marielle Franco vai virar História em Quadrinhos . O Brasil quer saber quem mandou matar a vereadora A vida e trajetória de luta política em defesa da população negra e pobre, em especial aas mulheres, de Marielle Franco vai virar História em Quadrinhos . O Brasil quer saber quem mandou matar a vereadora

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A vereadora Marielle Franco, brutalmente assassinada no dia 14 de março de 2018 e cujo homicídio ainda hoje não tem a resposta de quem foram os mandantes do crime, vai ter sua trajetória como jovem negra e favelada e líder política contada através de uma História em Quadrinhos.

O lançamento, feito pelo Instituto Marielle Franco faz parte da programação da 9ª edição do Julho das Pretas, campanha que visa mostrar mulheres negras como as maiores vítimas da violência, da pandemia, do racismo e do machismo no Brasil.

Marielle foi socióloga e vereadora pelo PSOL do rio de Janeiro, assassinada a tiros junto com seu motorista, Anderson Pedro Mathias Gomes.

“As investigações confirmam quem foi uma execução, mas é um absurdo que ainda hoje o Brasil ainda não tenha a resposta de quem foram os mandantes do crime, com um forte indício de que foi um assassinato encomendado por forças políticas estaduais e nacionais ligados as milícias do Rio de Janeiro para calar a luta de Marielle que incomodava os milicianos e seus representantes políticos no estado”, disse Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dods Trabalhadores do Ramo Financeiro).

A vereadora defendia o feminismo, os direitos humanos, e criticava a intervenção federal no Rio de Janeiro e a Polícia Militar, tendo denunciado vários casos de abuso de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes.

Em março de 2019, a Polícia Civil prendeu o policial militar reformado Ronnie Lessa que teria atirado contra a vereadora. O ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, amigo pessoal da família Bolsonaro, dirigia o carro que perseguia Marielle no momento do crime.

Mês das pretas

Neste mês está sendo realizada a 9ª edição do Julho das Pretas. O objetivo é denunciar o genocídio da população negra no Brasil, intensificado com a pandemia de Covid-19. Por isso, o tema central da campanha deste ano é “Para o Brasil Genocida, Mulheres Negras apontam a solução”.

A data surgiu em 1992, quando a ONU realizou na República Dominicana o 1º Encontro de Mulheres Afro latino-americanas e Caribenhas.

No Brasil, o 25 de julho também é o Dia Nacional de Teresa de Benguela e da Mulher Negra. É uma referência à líder quilombola, que comandou a luta do quilombo de Quariterê, no século 18.

Para Almir Aguiar, a campanha deste ano precisa destacar a mulher negra como maior vítima do genocídio, mas também como vítima histórica do racismo e do machismo. “Duas em cada três vítimas de feminicídio são negras. O risco de uma mulher negra ser morta é 64% maior do que o de uma mulher branca, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Não dá para ficarmos indiferentes à essa situação”, afirma.

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