Quinta, 24 Junho 2021 16:16

Corte de verba imposto por Bolsonaro pode fechar Colégio Pedro II

 

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Criado em 1837, tendo formado personalidades importantes do Brasil, o Colégio Pedro II pode fechar as portas a partir de setembro. Instituição federal de prestígio, vem sofrendo, como as universidades, com o corte de verbas que vem se ampliando no governo Bolsonaro, como parte de um absurdo ajuste fiscal, cujo objetivo é ter mais dinheiro para pagar os juros da dívida pública com os bancos que a cada ano cresce ainda mais.

A educação é a área mais atingida pela política de desmonte do setor público, que tem impacto negativo para a população, principalmente os mais pobres, e também para todo o país. O decreto do presidente publicado em 23 de abril, bloqueou do Ministério da Educação R$ 2,7 bilhões, o equivalente a 30% do total bloqueado, que corresponde a R$ 9,2 bilhões. E teve R$ 2,2 bilhões vetados. Ao todo, quase R$ 5 bilhões a menos.

Os cortes afetaram todas as instituições federais da educação, como as universidades, escolas técnicas. O Pedro II não terá um centavo para investir neste ano. O CPII publicou em seu site a tabela do orçamento de investimento nos últimos anos: Em 2018: R$ 2 milhões; em 2019: R$ 2,.923 milhões; em 2020: R$ 1,935 milhão; e em 2021: R$ 0.

A diretora do Sindicato dos Bancários, Vera Luiza Xavier, lembrou que o ataque ao Colégio Pedro II, no qual estudou, é um ataque a toda a população brasileira, um verdadeiro crime contra a educação. “Só um desgoverno como este seria capaz de uma atitude criminosa de atacar instituições federais tão importantes para o país. Temos que nos organizar para impedir que o fechamento aconteça”, defendeu.

Para a atriz Fernanda Montenegro, acabar com um colégio como o Pedro II é um crime educacional sem precedentes. “É um colégio histórico, referencial até hoje. Foi criado em 1837 pelo regente Feijó, que esteve à frente do país até Pedro II ser coroado. Lá estiveram como professores o Barão do Rio Branco, Euclides da Cunha, Manoel Bandeira e Aurélio Buarque de Holanda. Não destruam a nossa história, a nossa cultura a nossa educação. Não é hora de destruir um colégio, mas de construir colégios”, enfatizou. Acrescentou que o fechamento da instituição secular é mortal. “Por favor, que haja um movimento contra isso”, defendeu.

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