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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Para não passar pelo constrangimento de ser demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, pediu demissão nesta quarta-feira, dia 23 de junho. Famoso pela frase dita em reunião ministerial de que era preciso “passar a boiada”, abrindo caminho para o desmatamento se aproveitando que as atenções estão voltadas para a pandemia, Salles está sob investigação de que teria facilitado a exportação ilegal de madeiras, tendo afrouxado a fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). A acusação envolve mais 21 investigados, entre dirigentes do órgão de fiscalização ambiental e empresários do setor madeireiro. Os investigadores acreditam que haja corrupção, através de propinas dadas em troca das facilidades oferecidas aos madeireiros.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal ) Alexandre de Moraes autorizou a investigação da Polícia Federal. Em outro inquérito, a Operação Handroanthus, o agora ex-ministro é investigado por suposto crime de ter dificuldade a fiscalização ambiental e impedir a investigação envolvendo organização criminosa.
Seis por meia dúzia
Mas a saída de Salles não deve mudar em nada a política do governo federal de destruição ambiental. O novo nome para a pasta, Joaquim Álvaro Pereira Leite, servidor público que atua no Ministério desde 2019, trabalhou 23 anos para ruralistas e foi conselheiro na Sociedade Rural Brasileira (SRB).
Salles deixa a pasta diante de mais um recorde em desmatamento na Amazônia, o maior em 12 anos. No Congresso Nacional, o Projeto de Lei 490/2007, ameaça extinguir as terras indígenas já demarcadas como território de preservação ambiental e cultural das regiões habitadas pelas tribos que resistem a destruição das florestas.
“Salles saiu por que está sendo investigado por crimes contra o meio ambiente e corrupção. Mas, na nossa avaliação a entrada de Joaquim Álvaro, o novo ministro, é trocar seis por meia dúzia, por que esta política de destruição do meio ambiente, o desmantelamento das instituições de fiscalização e a tentativa de desacreditar os fóruns e as relações do Brasil em nível internacional na defesa do meio ambiente fazem parte da política do presidente Bolsonaro, que coloca no lugar um nome que vai continuar com essa política de desmatamento”, afirma a diretora da Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato dos Bancários do Rio, Cida Cruz.