EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O ministro da Economia e banqueiro Paulo Guedes, atua para esvaziar os fundos de pensão fechados, de estatais, órgãos públicos e empresas privadas que têm os trabalhadores participando da administração. O objetivo do Governo Bolsonaro é o de facilitar a transferência, para a gestão de bancos e seguradoras, de mais de R$ 1 trilhão acumulado pelos 290 fundos de pensão fechados existentes (63% deste patrimônio pertencem aos fundos patrocinados por empresas estatais e entes públicos). A afirmação foi feita em artigo de Marcel Barros, vice-presidente da Anapar, que foi diretor da Contraf-CUT e diretor de Seguridade da Previ e José Ricardo Sasseron, que foi presidente da Anapar, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e diretor de Seguridade da Previ. O texto foi publicado no site da Rede Brasil Atual.
Segundo os autores do artigo, “a gestão dos fundos fechados renderiam aos bancos privados cerca de R$12,5 bilhões ao ano, a uma taxa de administração de 1,25%”.
Mudança preocupa bancários
Os bancários estão preocupados com a ação do governo federal que ataca os fundos de pensão.
“O Paulo Guedes, ‘Posto Ipiranga’ do Bolsonaro, entrou para o governo com o objetivo claro e único de atender a ânsia do cartel dos bancos em aumentar ainda mais seus lucros abocanhando a parte lucrativa do setor público sem nenhum compromisso social, nem com a sociedade e muito menos com os trabalhadores beneficiários destes fundos”, afirma o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Paulo Matileti. O dirigente sindical lembra que a Funcef (fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios) são “sonhos de consumo dos banqueiros”, ironiza.
“A Reforma da Previdência de 2019, proposta por Paulo Guedes e aprovada pelo Congresso Nacional, abriu a porteira em favor do ataque do sistema financeiro sobre os fundos de pensão. deu um passo decisivo a favor dos bancos, incluindo na Constituição Federal a possibilidade de os bancos administrarem os planos de previdência dos servidores públicos. ara concretizar este passo, falta apenas alterar as leis complementares 108 e 109 de 2002, que regem a previdência complementar. É o que está sendo gestado pelo Governo”, afirmam no artigo, Marcel e Sasseron.
Segundo os autores, “o governo aproveita para atacar também os planos patrocinados por empresas públicas ou de economia mista – caso da Previ, Funcef, Petros, Postalis e outros, que são os maiores em patrimônio”.
“Neste caso, a empresa patrocinadora teria a maioria do conselho deliberativo e decidiria tudo conforme os seus interesses, podendo inclusive mudar regulamentos, contribuições e os direitos dos participantes à sua revelia”, alerta o artigo sobre o fim da paridade conquistada pelos trabalhadores, para facilitar a destruição dos planos de previdência e a transferência de centenas de bilhões de reais para a gestão dos bancos, em outroas palavras, para o bolso de banqueiros e especuladores.
O conluio da ganância
O texto alerta ainda que “não é só o governo que ataca os direitos dos trabalhadores. A proposta de mudança tem origem no IMK (Iniciativas de Mercado de Capitais), autodenominado grupo de estudo composto por representantes do Governo, da Federação Brasileira dos Bancos, da B3 e de outros interessados de olho no rico patrimônio dos trabalhadores”, um verdadeiro conluio da ganância.
“Por que uma pessoa suspeita de fraude em mais de sete fundos de pensão, como Paulo Guedes, quer tirar das mãos de seus principais associados o controle e fiscalização de seu fundo de pensão? Quais as intenções por trás dessa ação de quem alocou valores de mais de R$1 bilhão dos fundos de pensão? E onde foram parar os resultados desses recursos se os fundos tiveram oficialmente ganhos ínfimos? Por que alguém com suspeita de gestão temerária em fundos de pensão está à frente disso? Não podemos abrir mão da participação ativa e direta dos trabalhadores na administração de nossos fundos de pensão", afirma a diretora do Sindicato, Luciana Vieira, funcionária do Banco do Brasil.