Sexta, 28 Mai 2021 15:12
DESAFIOS

Nova diretoria do Sindicato toma posse diante da pior conjuntura política da história

José Ferreira e Kátia Branco assumem, na unidade, a direção da entidade para fortalecer ainda mais a luta na defesa da vida e dos direitos da categoria
José Ferreira, novo presidente do Sindicato, homenageou as mulheres, entregando flores para a ex-presidenta Fernanda Carísio (E), a atual vice, Kátia Branco e Adriana Nalesso, que deixa a presidência da entidade José Ferreira, novo presidente do Sindicato, homenageou as mulheres, entregando flores para a ex-presidenta Fernanda Carísio (E), a atual vice, Kátia Branco e Adriana Nalesso, que deixa a presidência da entidade Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A nova diretoria do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro tomou posse nesta sexta-feira, 28 de maio, em um evento solene transmitido por meio virtual no canal do Youtube e no Facebook, com a presença limitada de alguns dirigentes sindicais no auditório, mantendo os protocolos de distanciamento e uso de máscaras em função da pandemia da Covid-19.

Homenagens

A ausência do calor humano de um auditório lotado de bancários e bancárias foi compensada com muita emoção e homenagens aos diretores Jorge Couto, Francisco Abdala (Chicão) e Belmar Marchetti, que morreram este ano, os dois últimos, vítimas da Covid-19.

O talentoso ator Marcos Hamelim trouxe críticas bem-humoradas contra os  ataques do Governo Bolsonaro aos direitos dos trabalhadores e o descaso com as mortes causadas pela pandemia. Além dos dirigentes sindicais que faleceram, homenageou o sambista Nelson Sargento, morto na última quinta-feira (27), de Covid-19 após lutar 16 anos contra um câncer.

O Sindicato homenageou ainda os atuais diretores honorários, militantes históricos da categoria bancária: Aracy Dutra (Banespa), Carlos Antônio Vovô (Unibanco), Cyro Garcia (BB), Deyse Rêgo (Banerj), Enilson Nascimento (Caixa), Everaldo Dantas (Bradesco), Francisco Hildes (Itaú), Nilson Varone (Itaú) e Rita Souza (Caixa).

Participação das mulheres

José Ferreira homenageou todas as mulheres bancárias, assumindo o compromisso de ampliar a participação feminina no movimento sindical.

“A gente deixa de ter uma mulher na presidência, mas quero assumir o compromisso de que a gente não vai deixar de construir uma maior representação das mulheres em nossa entidade sindical”, disse entregando flores para Adriana, Kátia Branco (atual vice) e Fernanda Carísio (ex-presidenta do Sindicato) e para a dirigente Sônia Eymard, esta última simbolizando todas as mulheres.

Defesa da vida e do emprego

Ferreira destacou ainda a importância de os trabalhadores voltarem a ter um governo de diálogo e defendeu a candidatura de Lula à presidência em 2022, dizendo respeitar aqueles que vão optar por outras candidaturas do campo popular.

E falou da luta em defesa da vida neste momento de crise sanitária que se agrava no Brasil, ressaltando que o Sindicato vai continuar cobrando do governo e da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) que a categoria, como serviço essencial, tenha prioridade na vacinação.  

“Queremos defender o emprego, a democracia, os bancos públicos e os direitos da categoria. Agradeço a confiança dos bancários e bancárias”, completou, denunciando a política de genocídio de Jair Bolsonaro e assumindo o compromisso de lutar pelo impeachment do atual governo.    

Unidade

A nova vice-presidenta do Sindicato Kátia Branco destacou a importância da unidade da chapa única na nova gestão (2021-2024) diante dos desafios de enfrentar a atual conjuntura do país.

“Mais de 96% da categoria disse sim à chapa da unidade. Vivemos a situação mais difícil nestes 91 anos da entidade, enfrentando uma crise sanitária, política e econômica e a diretoria fez a opção acertada ao unir todas as forças políticas e centrais sindicais”.

Do lado certo da história

Juvandia Moreira, presidenta da Contraf –CUT e coordenadora do Comando Nacional também destacou a importância da unidade dos trabalhadores.

“Os bancários sempre estiveram do lado certo da história. A categoria se viu diante de um golpe que foi dado para impor uma agenda de retirada de direitos, como as reformas, trabalhista e da Previdência, e como se não bastasse ainda enfrenta essa pandemia em que lutamos pela vacinação”, afirmou.

A importância da política

O presidente da CUT/RJ Sandro Cesar elogiou a gestão do triênio 2018/2021 e disse que José Ferreira continuará organizando a categoria junto com os demais trabalhadores na luta travada pela CUT e demais centrais sindicais em defesa da ida, dos direitos e do emprego.

Vinícius Assumpção, vice-presidente da Contraf-CUT falou da importância da política na vida das pessoas e no movimento sindical.

“Precisamos dialogar com aqueles que dizem que o Sindicato deveria apenas lutar pelas demandas da categoria e não se envolver com política. O Sindicato tem que lutar não apenas por emprego e por salário. O voto e a luta mudam a vida. Temos que lutar também por saúde, por educação e por melhores condições de vida para todos”, destacou.

Paulo Matileti, vice da gestão anterior, agradeceu a presença forte de dirigentes dos bancos privados na luta pelos bancos públicos, ao longo de todo o mandato.

Emocionada, Adriana Nalesso, que passa a assumir o Departamento Jurídico no lugar de Cleyde Magno (que vai para a Secretaria Geral), se despediu do cargo. 

“Foram seis anos de muita dificuldade. Enfrentamos um golpe, uma reforma trabalhista e outra previdenciária e um governo fascista que está no poder, além de uma pandemia que levou milhares de vida. Estou certa de que José Ferreira dará continuidade as nossas lutas”, completou.

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