Quarta, 12 Mai 2021 17:43

Corte de verbas ameaça funcionamento da UFRJ

Universidade é eleita a melhor instituição de ensino superior do Brasil. Ato no IFCS, nesta sexta-feira (14) é reação em defesa da instituição

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Um estudo feito pelo Conselho Superior de Investigações Científicas, da Espanha, e que avalia o meio acadêmico em mais de 200 países desde 2004, considerou a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a melhor instituição de ensino superior do Brasil e a segunda da América Latina.

A universidade é a única representante do país entre as 250 melhores universidades do mundo. O levantamento apontou que a instituição saltou 72 posições em um ano, saindo do 275º lugar em 2020 para a 203ª colocação em 2021. Esta qualidade do ensino e da pesquisa está ameaçada pelo corte de verbas em quase uma década. De 2013 a 2021, os cortes nos investimentos têm sido cada vez maiores e a situação ficou ainda pior nos governos Temer e Bolsonaro. Para 2021, o orçamento da UFRJ definido pelo governo federal é de R$299 milhões, ou seja, R$474 milhões a menos do que há nove anos (uma redução de 38%). O valor disponibilizado por Bolsonaro é o equivalente ao do orçamento de 2008.

Do total, apenas R$146,9 milhões foram liberados e R$65,2 milhões já foram utilizados, restando apenas R$81,7 milhões para as despesas da instituição. Os outros R$152,2 milhões aguardam aprovação do Congresso Nacional, que não tem data para a apreciação.

Pode fechar as portas

Segundo a reitora da UFRJ, professora Denise Pires, a universidade poderá fechar as portas por incapacidade de pagamento das contas de segurança, limpeza, eletricidade e água. “O governo optou pelos cortes e não pela preservação dessas instituições”, disse.

A categoria bancária está solidária a uma das mais tradicionais universidades do país, orgulho de todos os brasileiros.

“O governo Bolsonaro é rápido para pautar projetos que atacam os direitos dos trabalhadores e beneficiam os patrões, como ocorreu com a reforma da previdência e a Medida Provisória que permite redução de salários e suspensão de contratos de trabalho durante a pandemia da Covid-19 e para liberar verbas do orçamento paralelo para comprar apoio de parlamentares, mas na hora de investir em educação e saúde, o ministro Paulo Guedes só sabe cortar recursos. Este é o estado mínimo dos ultraliberais”, critica a diretora de Imprensa do Sindicato, Vera Luiza Xavier.

O fechamento da UFRJ não é um risco apenas os 53 mil para estudantes de graduação e 16 mil de pós-graduação, professores e funcionários. Toda a sociedade perderia com o fim das atividades da instituição: nove hospitais universitários e unidades de saúde, 13 museus, mais de 1.450 laboratórios, 45 bibliotecas e todo o trabalho de pesquisa seriam paralisados. Por isso, todos devem apoiar o ato do dia 14 de maio (sexta-feira), às 17 horas, no IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais), no Largo de São Francisco, Centro do Rio. O protesto seguirá todas as medidas de segurança contra a Covid-19, como uso de máscara e distanciamento. 

 

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