Segunda, 29 Março 2021 21:14
ENTREVISTA / JOSÉ FERREIRA

“Numa conjuntura tão adversa é fundamental a participação da categoria nesta eleição”

UMA HISTÓRIA DE LUTAS  José Ferreira, candidato à presidente do Sindicato destaca a importância da categoria participar e votar nas eleições da entidade e fala dos maiores desafios dos bancários ante uma conjuntura tão adversa UMA HISTÓRIA DE LUTAS José Ferreira, candidato à presidente do Sindicato destaca a importância da categoria participar e votar nas eleições da entidade e fala dos maiores desafios dos bancários ante uma conjuntura tão adversa

Candidato à presidente na Chapa Unidade na Luta, chapa única que une toda a categoria na eleição do Sindicato que acontece de 12 a 15 de abril, José Ferreira, empregado da Caixa Econômica Federal, fala da importância da participação e do voto dos bancários e bancárias no pleito e dos maiores desafios para a gestão 2021-2025, como a preservação do emprego e dos direitos dos trabalhadores, da saúde e da vida frente à pandemia da Covid-19 e a defesa dos bancos públicos no combate às privatizações pretendidas pelo Governo Bolsonaro.

Jornal Bancário - Nos fale um pouco de sua trajetória na categoria bancária...

José Ferreira – Sou bancário desde março de 1985 e comecei como funcionário do antigo Banco Nacional, quando passei a participar das lutas sindicais bancárias. Entrei para a categoria num período em que ocorria uma eleição para o Sindicato e duas chapas disputavam o pleito. Embora ainda não pudesse votar, já naquele momento fiz campanha para a Chapa da CUT, que venceu a eleição e, por consequência conduziu a filiação da nosso entidade sindical à CUT. Lembro também da primeira greve em que participei em setembro do mesmo ano, aquela que teve a maior participação de bancários em uma assembleia onde lotamos o Maracanãzinho e deflagramos a greve num período em que ainda vivíamos a transição da ditadura militar para a democracia. Participei também das greves nos anos seguintes como militante de base. Em 1991 me tornei dirigente do Sindicato e tenho o orgulho de ter presidido nossa entidade de 2000 a 2003, época em que vivíamos uma conjuntura semelhante à atual, de ataques aos direitos dos trabalhadores durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso. Neste mesmo ano, após concluir o mandato como presidente, fui admitido pela Caixa Econômica Federal, isso fruto de uma luta sindical que fez com que o banco assinasse um Termo de Ajuste de Conduta e contratasse mais empregados concursados. Em 2015, por convite da então candidata a presidenta do Sindicato Adriana Nalesso voltei a participar da direção do Sindicato.

Bancário - O que representa para você encabeçar uma chapa de Unidade, coisa que há muito tempo não acontecia no movimento sindical bancário?

José Ferreira – Encabeçar esta chapa representa um novo desafio, pois como disse, a atual conjuntura é de extrema dificuldade para a classe trabalhadora em que há uma aliança envolvendo um governo ultraliberal e parcela significativa do patronato e que tem seguidamente tentado nos impor derrotas e retirada de direitos. De nossa parte formamos uma ampla unidade entre aqueles que estão na frente das lutas em defesa dos bancários e bancárias para construirmos a nova diretoria, mantendo o nosso Sindicato forte, atuante e na resistência ao governo genocida de Jair Bolsonaro e na busca por mais conquistas para a categoria. Para estes enfrentamentos será fundamental a continuidade desta unidade das forças políticas que se uniram nesta chapa única, com a presença de companheiros e companheiras da CUT, CTB, CONLUTAS e UC.

Bancário - Qual o principal desafio da categoria bancária e do Sindicato nesse momento de pandemia?

José Ferreira – Diante da necessidade de distanciamento social, o Sindicato precisou se reinventar e fortalecer os laços com a categoria através das redes sociais. Estes novos meios de comunicação serão ainda muito importante pois as previsões são de que esta pandemia vai demorar, ainda mais no Brasil onde o Governo Bolsonaro desprezou a violência do vírus, motivou as aglomerações e se opôs ao uso de máscara, não comprou vacinas suficientes e não organizou a coordenação nacional de combate à Covid-19.
Porém, é bom lembrar que nem mesmo esta situação tão adversa nos limitou totalmente. Tomando todos os cuidados e medidas necessárias para nos proteger durante nossa atuação, continuamos presentes nas unidades de trabalho bancário levando a mensagem do Sindicato, verificando as condições de trabalho, ouvindo as demandas da categoria, bem como garantindo a aplicação de medidas que preservam a saúde e a vida dos bancários e bancárias. Precisamos fortalecer ainda mais essa política desenvolvida por nossa entidade sindical.

Bancário - Como enfrentar o Governo Bolsonaro e seus ataques aos direitos dos trabalhadores e às empresas estatais?

José Ferreira - Cotidianamente nos deparamos com manchetes de jornais que anunciam medidas do ministro da Economia Paulo Guedes e do presidente Bolsonaro promovendo ataques, muitos deles de caráter ideológico, a tudo o que é público. Vemos o ataque ao SUS, à educação, previdência e assistência social. Porém, todos os ataques e ameaças às empresas públicas e estatais têm que ser enfrentados e serão em nossa gestão. A defesa da Caixa 100% pública e contra o seu fatiamento, a defesa do papel estratégico com o fortalecimento do BNDES e, ainda, a luta contra o enfraquecimento e a privatização do Banco do Brasil. Nos bancos privados o maior desafio é a luta contra as demissões e garantirmos os empregos dos bancários

Bancário - Quais os três principais objetivos da futura direção liderada por você? E a importância dos bancários votarem nessa eleição que tem chapa única?

José Ferreira - Nossos principais e urgentes desafios são a de continuar a garantir medidas de proteção para a categoria e que os bancários sejam vacinados o mais rápido possível já que estamos na linha de frente do atendimento à população.
Há outro importante desafio a ser ainda mais intensificado que é o combate às medidas que vem sendo adotadas por Bolsonaro e Guedes e que buscam permanentemente nos atacar. Nesse sentido, a bandeira com palavra de ordem ‘Fora Bolsonaro’ deve estar sempre empunhada por nós. O terceiro desafio é o enfrentamento às novas tecnologias e organização do trabalho por parte das instituições financeiras, pois ele diz respeito a algo fundamental que é a garantia dos empregos.
É muito importante a participação de todos os bancários e bancárias nesta eleição. Primeiro porque o estatuto prevê que precisamos de pelo menos 5.500 votantes. Além disso, nossa categoria tem uma tradição de participação e espírito democrático e numa conjuntura tão adversa é fundamental que a categoria legitime a nova gestão, participando e votando no pleito e fortalecendo o Sindicato. 

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