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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com o slogan "lockdown pela vida" trabalhadores realizaram protestos em todo o país contra a falta de vacina para a população brasileira, em defesa do isolamento social e das medidas de prevenção à Covid-19, preservação dos empregos e contra a postura negacionista do governo Bolsonaro que levou o Brasil a liderar o triste ranking no número de mortes em 24 horas, superando os EUA.
No Rio houve manifestações em várias regiões da cidade, como Tijuca e Copacabana. No Centro, houve protestos e foi frequente o coro "Fora, Bolsonaro" dos manifestantes, em defesa do impeachment do presidente da República. Bancários participaram da mobilização organizada pela CUT, demais centrais sindicais e entidades dos movimentos sociais, como Brasil Frente Popular e Brasil Sem Medo.
"Este é um protesto em defesa do lockdown pois o governo federal não comprou as vacinas e por isso, não há saída neste momento se não houver um rígido isolamento social. Que o presidente da República pare de dar mal exemplo, aglomerando, não usando máscara e mentindo em relação ao tratamento precoce sem fundamentação científica", disse a presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Adriana Nalesso.
Crise no governo
O fato de o presidente Bolsonaro ter desprezado a pandemia e não ter comprado as vacinas, insistindo em soluções sem nenhuma comprovação científica, como o uso da cloroquina, da ivermectina e de um suposto "spray mágico" de Israel gerou uma crise na base de apoio ao governo no Congresso Nacional. Alertado por políticos e especialistas para mudar a postura em defesa da vacinação sob o risco de não conseguir a reeleição em 2022 e até de ficar de fora do segundo turno, Bolsonaro mudou o discurso na quarta-feira, dia 24 de março, dia em que o Brasil completou 300 mil mortes pela Covid-19 e o país teve vários protestos contra o governo. O objetivo é mudar a imagem de negligência e descaso que tem afetado a popularidade do presidente. O lockdown e a cloroquina foram temas que geraram conflitos em reunião de Bolsonaro com chefes do Legislativo e do Judiciário. A vacinação foi o consenso do encontro, mas Bolsonaro insistiu na defesa do chamado tratamento precoce. Representantes dos dois poderes ponderaram que quem tem que dar a palavra final sobre o assunto é a comunidade científica e não o governo federal. Até o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), eleito com apoio do Palácio do Planalto elevou o tom de crítica dizendo que cobrou correção de rumos na pandemia, dizendo que "tudo tem limite", que a crise pode resultar em "remédios políticos amargos".
Preocupado com a queda de popularidade, sem vacina suficiente no mercado internacional porque demorou a comprar, especialmente em retaliação ao Coronavac chinesa, o Palácio do Planalto alterou o sistema de registro de mortes levando os números a caírem artificialmente. Mudou o discurso, falando "em união dos poderes" e "necessidade de vacinação da população" e com um ano de atraso, após 300 mil mortes, decidiu finalmente criar um comitê da Covid-19, inclusive com a presença de um representante da comunidade científica.
"Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar", disse Lira em crítica ao caos gerado pela explosão da pandemia no Brasil.