Segunda, 22 Março 2021 19:50

Rio privatiza a água na contramão do mundo

Paris, Berlim e outras 265 cidades reestatizaram serviços de abastecimento de água e saneamento

Na segunda-feira, dia 22 de março, foi comemorado O Dia Mundial da Água, data criada em 1993 pela ONU após a publicação da Declaração Universal dos Direitos da Água. No Rio de Janeiro, o povo vive um drama que pode tornar o abastecimento de água e esgoto, um negócio privado para poucos ganharem muito dinheiro em detrimento da necessidade de expansão do acesso à água potável e esgoto tratado para as regiões mais pobres do estado, com o projeto de privatização da Cedae levado adiante pelo governador em exercício, o bolsonarista Cláudio Castro (PSC).

O mundo reestatiza

Cidades de nações mais desenvolvidas tiveram a experiência da privatização de serviços, como água, esgoto e saneamento, transportes públicos e energia elétrica e o resultado foi piora nos serviços e elevação das tarifas. Tanto assim que na Europa há 267 casos de “remunicipalização” ou reestatização de sistemas de água e esgoto.
De acordo com um mapeamento feito por onze organizações, majoritariamente europeias, cidades que recorreram a às privatizações de seus sistemas de água e saneamento nas últimas décadas, decidiram voltar atrás, como Berlim, Paris e Budapeste. Na América Latina, Buenos Aires e La Paz também acabaram com os sistemas privados.
“Foi com a Cedae nas mãos do estado que o então governador Leonel Brizola duplicou a capacidade de abastecimento de água, beneficiando especialmente as regiões mais pobres. Todo mundo sabe que privatização é sinônimo de demissões de trabalhadores, serviços elitizados e mais caros e nenhum compromisso social para meia dúzia de empresários e políticos ganharem dinheiro”, afirma o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Ronald Carvalhosa.

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