Quinta, 18 Março 2021 16:14
É NO DIA 24 DE MARÇO!

Trabalhadores vão fazer 24 horas de lockdown exigindo vacina, já, para todos

Protesto organizado pela CUT e demais centrais defende também garantia dos empregos e auxílio emergencial de R$600 para quem precisa

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O Brasil teve novo recorde de mortes e casos de Covid-19 em 24 horas, entre terça e quarta-feira, dias 16 e 17 de março: 3.149 óbitos e 99.634 casos. Com a explosão do vírus em todas as regiões do país e o Governo Bolsonaro insistindo no negacionismo da realidade e da ciência, sem coordenação nacional e sem vacina suficiente porque demorou a comprar e tem dificuldade de encontrar no mercado internacional para curto prazo, o movimento sindical decidiu protestar contra o descaso e incompetência do governo federal.

Os trabalhadores vão realizar um lockdown nacional, no próximo dia 24 de março, numa quarta-feira, paralisando as atividades para protestar contra a política genocida do Palácio Planalto, que continua a transferir toda a responsabilidade da crise sanitária e econômica para prefeitos e governadores. A mobilização está sendo organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais.

Mudança de ministro

Com a pandemia fora de controle, o presidente Bolsonaro continua a promover aglomerações, sem uso de máscaras e incentivando carreatas e manifestações contra o isolamento social. Sem soluções práticas, o governo muda o ministro da saúde pela quarta vez. Passaram pela pasta Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, o general Eduardo Pazzuelo e agora assume o cirurgião Marcelo Queiroga, que já anunciou que aceita o “tratamento precoce para a Covid-19” defendido por Bolsonaro, mesmo sem nenhuma comprovação científica de eficácia, como ocorreu com a cloroquina.

O general Pazzuelo, “especialista em logística” sai pelas portas do fundo. Segundo o sanitarista da Fiocruz, Claudio Maierovitch, “pior do que está não fica”, apesar de estar pessimista com a mudança.

“O governo trabalhou a favor da epidemia e não contra ela. Várias coisas poderiam ter sido feitas para que não chegássemos a esse absurdo, mas foram feitad no sentido inverso”, disse o médico.

Um funcionário do Ministério da Saúde, que prefere não se identificar, deu um relato assustador. “É enorme o número de militares batendo cabeça, de um lado para outro, a maioria sem saber exatamente o que fazer e sem nenhum conhecimento da área. Nunca vi nada igual. A continuar assim, o Brasil poderá demorar pelo menos dois anos para vacinar toda a população”, disse, com exclusividade para o site do Sindicato dos Bancários do Rio.

Emprego e auxílio emergencial

O protesto será também em defesa dos empregos e do auxílio emergencial de R$600 para quem precisa enquanto  houver pandemia.

“O governo Bolsonaro deu R$1,2 trilhão para os bancos, reduziu imposto sobre os lucros do sistema financeiro e na hora de socorrer o micro e pequeno empresário e o trabalhador alega não ter dinheiro. O discurso de Bolsonaro pela abertura do comércio é hipócrita e irresponsável. Meddias de prevenção como o isolamento social, uso de máscara  e ;vacinação, já são fundamentais para a retomada das atividades econômicas”, disse o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius de Assumpção. O sindicalista lembra ainda que mesmo com as medidas sanitárias necessárias, com a atual política econômica do ministro Paulo Guedes, o país não vai  conseguir a recuperação econômica.

“Não é ajudando aos bancos que o Brasil vai recuperar o desenvolvimento econômico e promover a geração de empregos, mas sim, socorrendo o setor produtivo, especialmente a micro e pequena empresa, mantendo o auxílio emergencial de R$600 e valorizando o trabalhador”, completa.

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