Nunca antes na história deste país o dinheiro foi tão empurrado para a especulação.
A inflação dos custos de matérias primas e insumos industriais, faz tempo, tornou-se absurda e cria a estranha equação de fazer com que, quanto mais se produz, menos se ganhe.
Metais, energia e componentes importados dispararam os índices que medem sua elevação (os IGPs da Fundação Getúlio Vargas e o Índice de Preços ao Produtor, do IBGE, todos acima de 30% ao ano)) em inteiro descompasso com a inflação de preços ao consumidor. Um pouco mais tarde, a eles se juntou o Índice da Construção Civil, onde materiais e equipamentos jádeixaram para trás os 20% anuais.
É o que os economistas, nos nos tempos em que não havia transformado o déficit fiscal em único inimigo da humanidade, chamavam de desequilíbrio dos preços relativos.
Mas os preços ao consumidor, desde maio de 2020, iniciaram uma trajetória consistente de alta, quase triplicando a taxa acumulada em 12 meses, o que acontecerá no próximo mês e que ninguém duvide possa chegar a 8% nos 12 meses que se completam ao final de junho.
É que março/19 teve inflação mínima (0,07%) e abril e maio, taxas negativas (-0,31% e 0,38%), que deixam a conta acumulada para entrarem taxas positivas e, pelo andar da carruagem, pesadas.
Isso na hipótese de que a gasolina pare de subir alucinadamente.
É obvio que a taxa oficial de juros – em 2% ao ano – e levando os rendimentos de poupança e outros ativos de defesa das economias da classe média -na faixa de 1,5% ao ano – a serem vertidos para o consumo e ajudando a alimentar mais ainda a inflação, sem contar antecipações de 13° e auxílio emergencial, que vão entrar no mercado, a partir do final de março.
O cenário da economia é irremediavelmente ruim