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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
O descaso de Jair Bolsonaro (sem partido) com a pandemia do novo coronavírus, o que levou a um número recorde de mortes e ao caos total, sobretudo na cidade de Manaus (AM), vem causando uma revolta crescente dos mais diferentes segmentos da população. Esta indignação está sendo expressa nas redes sociais, através de mensagens exigindo o afastamento de Bolsonaro; pelo aumento acentuado da rejeição ao presidente, medida por institutos de pesquisa; e o aumento do número de pedidos de abertura de processo de impeachment apresentados ao Congresso Nacional por partidos e entidades da sociedade.
Há 56 pedidos de impeachment parados sob responsabilidade da Presidência da Câmara, a quem cabe submeter as denúncias ou não à análise dos deputados. Outros cinco foram arquivados por questões formais, como a falta de assinaturas. Embora tenha evitado analisar as denúncias e esteja prestes a encerrar seu mandato à frente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já disse que será “inevitável” discutir o impeachment de Bolsonaro “no futuro”.
A avaliação negativa do governo Bolsonaro, assim como a percepção de sua atuação no combate à crise do novo coronavírus, pioraram em janeiro, segundo a pesquisa XP/Ipespe divulgada na última segunda-feira. Subiu de 35% para 40% a fatia dos entrevistados que consideram o governo “ruim” ou “péssimo”, patamar semelhante ao verificado em abril do ano passado, no início da pandemia. Aqueles que consideram o governo “ótimo” ou “bom” passaram a 32%, contra os 38% verificados em dezembro.
Panelaços e carreatas contra Bolsonaro
A pressão de partidos e movimentos sociais para que Bolsonaro seja processado por crime de responsabilidade cresceu significativamente nas últimas semanas e consolida a tendência iniciada com a pandemia. Panelaços voltaram a ser registrados após o caos em Manaus. Estão previstas carreatas em diversas capitais com o mote #Fora Bolsonaro.
Entre os 21 pedidos que tratam da pandemia, os motivos citados incluem a interferência de Bolsonaro contra ações de distanciamento social promovidas por estados e municípios, a promoção de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19 e a participação em aglomerações sem máscara. Além do boicote inicial à vacina.
Genocídio
Várias entidades nacionais responsabilizam Bolsonaro, por ter feito o Brasil chegar à incrível marca de 8.638.249 contaminados e a 212.831 mortos e por não se importar com o crescimento da doença. Ao mesmo tempo, este comportamento fez com que não houvesse no país uma coordenação nacional de combate à doença, o que propiciou o alastramento gigantesco do contágio e número de mortos, caracterizando um verdadeiro genocídio.
O comportamento negacionista do governo e a sua incompetência fez com que a vacinação também fosse colocada em último plano. Só começando a ser levada a sério, por motivos políticos, após o governador de São Paulo, João Dória, ter importado a coronavac, da chinesa Sinovac.
Crise econômica
O acirramento da crise econômica, que já vinha aumentando antes e se intensificou após os efeitos da pandemia, também vem causando uma grande insatisfação entre a população. A política econômica de cortes de investimentos públicos nos mais variados setores, vem gerando a contração da economia e o sucateamento de setores importantes como os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e o atendimento no INSS e na Caixa Econômica Federal. O corte do auxílio emergencial e o aumento do desemprego também geraram um grande desgaste ao governo.