Terça, 01 Dezembro 2020 17:53

Dia Mundial de Combate à AIDS: quem ama, previne

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O dia 1º de dezembro é conhecido como o Dia Mundial de Combate à AIDS.  O objetivo da criação da data é o de conscientizar sobre o vírus HIV e a AIDS, para melhor compreensão da doença e a importância da prevenção, bem como a fim de quebrar alguns tabus e preconceitos em torno do tema.

Todos os anos, durante o carnaval, o Bloco dos Bancários distribui centenas de preservativos como parte de uma campanha para que as pessoas caiam na folia, façam amor, mas tomem as medidas de precaução.

“Há muito que os tabus da doença foram sendo desmitificados e o Brasil é uma referência no combate à doença e na prevenção ao HIV. É importante que todos tomem os cuidados para se proteger desta e de outras doenças sexualmente transmissíveis”, afirma o diretor da Secretaria de Saúde do Sindicato, Gilberto Leal.

Confira abaixo mais detalhes a respeito do tema.

O que é HIV? E AIDS?

Uma das maiores dúvidas que possam surgir com a AIDS e o HIV é a diferença entre os dois termos, e em que momento usá-los. O HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, que provoca a doença chamada AIDS que, por sua vez, ataca o sistema imunológico da pessoa infectada, fazendo com que o seu organismo não consiga se defender de doenças.

Sendo assim, ser infectada com o vírus HIV não significa, no entanto, que a pessoa está com AIDS. Existem várias pessoas com o vírus, chamadas de soropositivas, que passam anos com esse invasor no organismo sem que a doença se manifeste. No entanto, isso não significa que a pessoa não possa passar o vírus para outras, sendo importante, então, conscientizar para a prevenção.

Agora que você já sabe o que significam os termos, chegou a hora de desmistificar alguns tabus sobre o vírus HIV e a AIDS.

Tratamento pelo SUS

Hoje em dia há tratamento adequado já descoberto. Uma pessoa que contraiu o vírus HIV pode viver normalmente desde que se cuide seguindo todos os passos aconselhados pelos médicos, mesmo que ainda não tenha uma cura. Quando um paciente é diagnosticado com o vírus ou com a doença, logo ele começa a ser medicado com medicamentos antirretrovirais (ARV), que inibem a multiplicação do HIV e evitam que o sistema imunológico seja enfraquecido.

No Brasil, o tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e desde 2013 está liberado para todas as pessoas, independente da carga viral de cada um.

Heterossexuais não têm AIDS?

No passado, os casos mais conhecidos de HIV e AIDS eram de homens gays, criando um tabu que só reforçou o preconceito. Porém, todas as pessoas estão vulneráveis a contrair o vírus e a desenvolver a doença, independente da orientação sexual e do estilo de vida.

Prevenção é vida

Mesmo que hoje o tratamento da AIDS e do HIV seja acessível, pelo menos aqui no Brasil, e que seja possível viver normalmente dessa forma, não significa que o vírus não poderá trazer complicações de saúde, ou ainda oferecer risco de morte. É preciso pensar que existem diferentes grupos sociais que talvez não consigam se tratar da forma adequada, então a melhor solução sempre vai ser a prevenção em vez de se arriscar a ter um vírus perigoso no organismo para o resto da vida.

Sintomas são notados?

Os sintomas da doença não são notáveis, uma vez que eles podem estar relacionados a outras infecções, que provocam febre ou fadiga, durando apenas algumas semanas.

Então, uma pessoa que está com o vírus do HIV terá a aparência saudável e diferente de pacientes que sofrem de outras doenças crônicas. O que pode acontecer com a aparência estereotipada é a pessoa estar com alguma outra doença que trouxe complicações e que não está se tratando.

Filhos de pais com HIV

Outra dúvida que surge quando se fala em HIV é se há a possibilidade de ter filhos com segurança, sem que eles sejam infectados. Felizmente, com a medicina, isso já é possível, basta seguir o tratamento com os medicamentos ARV da forma recomendada pelos médicos, fazendo a ingestão correta diariamente antes, durante e após a gravidez. Com isso, os riscos de infecção são menores que 1%.

Já no caso de o homem ser a pessoa que carrega o vírus HIV, a mulher também pode ingerir os medicamentos, sempre da forma recomendada por um especialista, para diminuir o risco de transmissão. Os homens que possuem HIV e fazem o tratamento com medicamentos antirretrovirais contam com a chance de contaminação para o bebê de quase zero, caso a carga viral se torne indetectável.

Use preservativo

Existe uma medicação chamada profilaxia pré-exposição, também conhecida pela sigla PrEP, que é usada antes da exposição da pessoa ao vírus HIV, que de fato funciona muito bem como forma de prevenção. Isso não significa, no entanto, que não exista a necessidade de usar preservativo na hora de ter relações sexuais, visto que a medicação não previne contra outras doenças sexualmente transmissíveis.

A recomendação médica é que, mesmo se ambos os parceiros possuem o HIV no organismo, o uso do preservativo seja levado em conta de qualquer forma, pois existe a chance de que uma cepa diferente do vírus ser transmitida à outra pessoa. Em casos mais raros, pode acontecer a transmissão de uma forma de HIV que é considerada uma superinfecção, vinda de uma cepa que é resistente às medicações antirretrovirais usadas no momento.

Beijo não transmite HIV

Desde que o vírus HIV se tornou pauta, muitas pessoas ainda nutrem dúvida em relação à forma na qual ele é transmitido. Felizmente, o simples toque ou um beijo não transmitem o vírus, e isso acontece apenas quando há o contato com o sangue do infectado, em transfusões de sangue ou o compartilhamento de agulhas, ou através dos fluidos da relação sexual, como o esperma. Por isso, é importante sempre usar preservativos.

Em caso de suspeita de contaminação, é preciso buscar ajuda médica para a realização do exame o quanto antes, assim como para o uso dos medicamentos.

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