Quarta, 11 Novembro 2020 22:27

Assembleia na Finep começa a decidir sobre acordo coletivo e participação nos lucros

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Os funcionários da Finep iniciaram no início da noite desta quarta-feira, dia 11 de novembro, a assembleia virtual para deliberar sobre a proposta da empresa para o acordo coletivo e participação nos lucros dos empregados para o biênio 2020/2022.

O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio Ronald Carvalhosa abriu a assembleia lembrando que o período de votação irá das 22 horas de quarta até às 22h de quinta-feira (12).

“O objetivo deste prazo longo para votar é o de garantir a maior participação possível dos trabalhadores da empresa na decisão a respeito da proposta patronal do acordo coletivo e da PLR que irá valer para os próximos dois anos para os empresários”, disse.

Campanha atípica

O dirigente sindical falou das dificuldades das negociações e da campanha salarial diante da pandemia da Covid-19 em que muitos funcionários estão em home Office e outros em casa porque fazem parte dos grupos de risco. Carvalhosa criticou a política econômica do ministro da Economia Paulo Guedes para a campanha salarial dos bancários e agora dos empregados da Finep e explicou a função do abono para ajudar a repor as perdas da inflação.

“Os bancários conseguiram o índice da inflação e mais o abono. Este último, não é uma novidade, foi muito utilizada na época do governo FHC para ajudar a compor a inflação do período. Nossa categoria conseguiu também manter as regras da PLR, que os bancos não queriam conceder. Em função das dificuldades de mobilização a campanha teve um resultado razoável. Este ano enfrentamos uma campanha em que grande parte da categoria dos bancos privados estava em casa, exceto os empregados da Caixa Econômica Federal, que tiveram na linha de frente para viabilizar o pagamento dos programas emergenciais de transferência de renda nesta crise sanitária.”, destacou.

Prejuízos para os trabalhadores

Participantes da assembleia criticaram a ausência de negociação por parte da direção da empresa, que quer impor prejuízos aos trabalhadores não somente nos itens econômicos, mas também em questões referentes ao plano de saúde.

Outro item da proposta muito criticado pelos funcionários, além do reajuste zero é a participação nos lucros, que está relacionada à metas inatingíveis. Os trabalhadores denunciam que, em plena pandemia, houve um aumento médio de cerca de 5% nas metas em plena crise sanitária e econômica.

A empresa quer reduzir a licença médica para aposentados, que serão penalizados caso os trabalhadores aprovem a proposta patronal. Atualmente os trabalhadores aposentados que continuam na empresa podem permanecer em licença médica até um ano sem perder salários e o plano de saúde, o que é um direito ainda mais essencial neste período de pandemia e que não vale para quem tem mais de 75 anos, uma prática desumana da direção da Finep que insiste em depreciar o capital humano da empresa na avaliação de alguns participantes da assembleia. 

Muitos trabalhadores avaliam que a negociação está engessada, muito mais para uma imposição patronal, pois a direção da Finep não cede em nada para negociar com seus empregados. A falta de um abono, a questão das restrições à licença médica e a relação da participação nos lucros com metas inatingíveis são considerados os maiores prejuízos da proposta da empresa, além da falta de diálogo com os trabalhadores. Participantes pediram solidariedade entre os trabalhadores da Finep para fortalecer a luta coletiva e conseguir melhores condições salariais e de trabalho.

Defesa da rejeição

A comissão de representação dos funcionários, da qual fazem parte o Sindicato dos Bancários do Rio e o de Brasília, defendeu a rejeição da proposta da Finep.

Rafaela Gomes Freitas de Oliveira, do Sindicato de Brasília, disse que há espaço para avançar na proposta, desde que haja a mobilização do funcionalismo.

“Temos condições de ter a maior mobilização da história dos funcionários, desde a implantação da reforma trabalhista. Não houve negociação, mas uma imposição da empresa”, disse, defendendo a rejeição da proposta.

Após as falas e debates os empregados começaram a votação, que vai até às 22h desta quinta-feira (12).

 

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