Quarta, 28 Outubro 2020 23:43

Campanha começa nesta quinta (29): passou da hora do Brasil tributar os super-ricos

A taxação das grandes fortunas faz parte das melhores práticas internacionais que contribuem para a justiça social A taxação das grandes fortunas faz parte das melhores práticas internacionais que contribuem para a justiça social

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Mais de 50 entidades da sociedade civil organizada estão unidas para iniciar, a partir desta quinta-feira, dia 29 de outubro, às 10h, uma campanha nacional em defesa de medidas tributárias emergenciais para enfrentar a grave crise aprofundada na pandemia e com potencial para solucionar problemas históricos de justiça fiscal no Brasil.

Serão oito propostas legislativas que com objetivo de  aumentar a arrecadação em quase R$ 300 bilhões, tributando apenas as altas rendas e grandes patrimônios dos 0,3% mais ricos do Brasil. Com este reforço para os cofres públicos, o país poderia, inclusive, reduzir impostos para os mais pobres, como os que recaem sobre o consumo de produtos e para as pequenas empresas, além de melhorar a repartição de recursos com os estados e municípios.
Uma cartilha ilustrada detalha as propostas e uma calculadora eletrônica possibilita aos trabalhadores simular a redução que terá no imposto de renda caso as medidas sejam implementadas. Também serão disponibilizados textos explicativos, os projetos de leis com as respectivas justificativas, vídeos e realização de livespara divulgar a campanha.

Taxação das fortunas

O Brasil é uma das únicas nações do mundo que não tributa a riqueza e lucros e dividendos e tem uma das mais baixas taxações das grandes heranças. Na questão dos lucros e dividendos somente a Estônia, o mais pobre país do Leste Europeu não tributa lucros e dividendos, Somente a família Setúbal, proprietária do Itaú, o maior banco privado do país, e meia dúzia de grandes acionistas faturou mais de R$8 bilhões sem pagar um centavo de imposto.

Só para se ter ideia da tributação injusta que é aplicada no Brasil, um banqueiro ou grande empresário que possui jato executivo, iate e helicóptero também não paga imposto anual sobre seus veículos de luxo. Já um trabalhador que tem um fusquinha paga caro de IPVA, sob risco de ter seu carro rebocado caso não pague os impostos em dia.

 A Contraf-CUT e os sindicatos dos bancários filiados fazem parte desta campanha. Já passou da hora de o Brasil tributar os mais ricos e reduzir os impostos pagos pela classe média e pelos mais pobres.  Essa é a reforma tributária que o país precisa.


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