Quinta, 15 Outubro 2020 16:18
DIA NACIONAL DE LUTA

Bancários do Rio paralisam agências contra demissões no Bradesco, Itaú e Santander

Mobilização com paralisações, protestos nas ruas e denúncias nas redes sociais busca apoio da sociedade contra prática desumana dos bancos
NA LUTA COM A CATEGORIA - Adriana Nalesso cobrou responsabilidade social aos bancos e criticou a prática desumana dos bancos de demitir em plena crise da pandemia NA LUTA COM A CATEGORIA - Adriana Nalesso cobrou responsabilidade social aos bancos e criticou a prática desumana dos bancos de demitir em plena crise da pandemia Nando Neves

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeeRio

 

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro realizou nesta quinta-feira, dia 15 de outubro atividades de mobilização em protesto contra as demissões massa impostas pelo Bradesco, Itaú e Santander. A atividade, que contou com a paralisação de agências no Centro da cidade, fez parte do Dia Nacional de Luta da categoria contra as dispensas nos bancos privados, descumprindo acordo firmado pelas instituições financeiras com os bancários.

O diretor do Sindicato José Ferreira criticou a postura das três maiores instituições privadas do país. “É inadmissível que os bancos, mesmo diante de uma pandemia e da grave crise econômica em que passa o Brasil, com o crescimento do desemprego continue demitindo trabalhadores, impedindo a sobrevivência destas famílias”, disse. O sindicalista lembra que somente nesta última semana foram dispensados mais de dois mil bancários. Até funcionários em tratamento de câncer e com HIV foram dispensados.

“Pedimos o apoio da sociedade para denunciar nas redes sociais esta prática desumana do setor financeiro”, acrescenta Ferreira, que criticou ainda o fato de os bancos estarem empurrando clientes e usuários para fora das agências físicas.

“Os bancos não podem negar atendimento à população. É o cliente que tem de escolher a onde ele quer ser atendido. Bancários e clientes estão juntos na uta contra as demissões e por melhor atendimento aos clientes e usuários”,  conclui.

Bancários exigem respeito

A presidenta do Sindicato Adriana Nalesso voltou a cobrar responsabilidade social ao sistema financeiro. “Os três maiores bancos privados do país demitiram mais de dois mil funcionários em uma semana. Não há justificativa para isto. Estas instituições lucraram somente no primeiro semestre deste não, mais de R$27 bilhões. Só com cobrança de tarifas faturam R$40 bilhões. Os banqueiros não têm responsabilidade social”, ressalta, destacando que para garantir um bom atendimento à população é preciso manter os empregos dos bancários e contratar mais funcionários nas unidades físicas.

Nalesso criticou ainda as propagandas milionárias dos bancos na mídia tentando mostrar uma imagem destas empresas que não condiz com a realidade. “Os bancos fazem publicidade para divulgar uma responsabilidade que não eles não praticam, ao contrário, são empresas altamente lucrativas que colocam pais e mães na rua em plena pandemia, onde o trabalhador não tem possibilidade de voltar ao mercado de trabalho. Itaú, Bradesco e Santander: respeitem a categoria, clientes, usuários e a sociedade”, cobrou.

Pela manhã, a Contraf-CUT e as entidades sindicais promoveram um tuitaço para denunciar as demissões nos bancos à opinião pública. 

O Mercantil do Brasil também está demitindo empregados e anunciou o fechamento de plataformas de serviços no Recife, Salvador e Brasília. No Safra há também casos de dispensas. 

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