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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vaconcellos
Imprensa SeebRio
A comissão especial formada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) começa a votar na tarde desta quinta-feira, 17 de setembro o processo de impeachment do governador afastado, Wilson Witzel (PSC). A votação analisa o relatório do deputado Rodrigo Bacellar (SD), favorável ao andamento do processo. A tendência é os parlamentares aprovem o texto com folga. São necessários 13 votos, maioria simples da comissão. Uma vez aprovado na comissão, o relatório será levado aos 70 deputados já na semana que vem.
Organização criminosa
Caso seja aprovado o processo na Comissão Especial, a decisão vai para o plenário, onde são necessários 47 votos para aprovar o impedimento do governador. Neste caso, será formada então uma comissão mista composta por parlamentares e desembargadores para analisar a cassação do mandato. Witzel é acusado de praticar atos de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As primeiras suspeitas começaram na Saúde durante a pandemia da covid-19. A campanha para eleição do governador teria recebido do grupo que está sendo acusado de desvirar dinheiro público da saúde em plena crise da pandemia do novo coronavírus. O empresário Edson Torres, denunciado por organização criminosa junto com o governador afastado do Rio, afirmou em depoimento que ele e outro empresário deram R$ 980 mil em dinheiro vivo para o então juiz federal, ainda antes do início da campanha eleitoral de 2018. O relato consta em nova denúncia apresentada pelo MPF à Justiça.
A briga com Bolsonaro
Desesperado, o governador afastado, que foi eleito com apoio do presidente Jair Bolsonaro, mas passou a ter atritos com seu principal puxador de votos por anunciar sua candidatura a presidente em 2022, enviou vídeos aos deputados pedindo para que votem contra o impeachment.
A briga com Bolsonaro se acirrou porque o Presidente da República teria ficado irritado com as investigações do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro contra o seu filho Flávio Bolsonaro, acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e peculato e alega que seu aliado e o então governador Witzel não teria feito nada para proteger Flávio. O novo procurador que investiga o filho de Bolsonaro seria escolhido por Witzel ainda este ano, tornando a saída do governador um alívio, pelo menos por enquanto, para a clã Bolsonaro.
Nota-se que, dos dois lados, o moralismo de goela da extrema direita esconde uma trajetória podre de seus personagens que têm como bandeira política, o combate à corrupção.