Quinta, 10 Setembro 2020 11:43

Campanha mostra importância da prevenção contra o suicídio

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

A cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo. Mais de 800 mil pessoas acabam com a própria vida ao ano. No Brasil, foram registrados 13.467 casos de suicídio, dos quais 10.203 foram cometidos por homens. Estes são dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em setembro de 2019 mês marcado pelo debate do “Setembro Amarelo” uma campanha mundial, criada pela OMS em 2014, frente à necessidade de chamar a atenção para a importância de que sejam tomadas medidas para reduzir casos de suicídio. A data da campanha é 10 de setembro, embora haja atividades durante todo o mês.

No Brasil, o “Setembro Amarelo” foi criado em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. A ideia é pintar, iluminar e estampar o amarelo nos mais diversos lugares, garantindo visibilidade à luta. 

A campanha tem o objetivo de prevenir e reduzir os números de suicídios no país. O maior desafio é conscientizar a sociedade em geral que problemas como a depressão, diretamente associada ao suicídio, é uma doença e deve ser tratada como tal. 

Como evitar

De acordo a OMS, é possível evitar o suicídio. Para isso, as nações precisam se mobilizar para implementar ações eficazes e políticas públicas eficientes. Segundo a OMS, apenas 38 países têm programas nacionais de saúde e políticas eficientes de prevenção ao suicídio.

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) atende voluntária e gratuitamente, sob total sigilo, todas as pessoas que querem conversar sobre o assunto. O atendimento é por telefone, e-mail, chat e voip e funciona 24 horas, todos os dias. A ligação para o CVV, que atua em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do número 188, é gratuita e pode ser feita de qualquer linha telefônica fixa ou celular.

Metas, depressão e suicídio

A depressão é uma das principais causas de suicídio e, no local de trabalho, pode ser gerada pela incessante pressão por metas as mais variadas, como a de venda de produtos. Dentre os trabalhadores acometidos de episódios depressivos estão os bancários, por laborarem em ambiente extremamente estressante. Além da cobrança excessiva de metas, a alta produtividade em função do número reduzido de pessoal devido às constantes demissões e a relação muitas vezes difícil com o cliente, podem ser considerados determinantes para uma crise depressiva.

Dados do INSS mostram que, de 2009 a 2018, mais da metade (56%) dos afastamentos de bancários foram reconhecidos como doença do trabalho, sendo as mais comuns: depressão, ansiedade, estresse e as LER/Dort. As doenças psicológicas foram progressivamente tornando-se prevalentes; de 2013 em diante, passaram a ser maiores que as Ler/Dort. No período, a categoria diminuiu de tamanho, com demissões em massa, aumentando a sobrecarga de trabalho, a cobrança por metas e o assédio moral.

Por isto mesmo é necessário voltar a atenção para os trabalhadores que sofrem com o assédio nas agências e para a necessidade de punir os empregadores de maneira exemplar. Mas o que se vê são os patrões – sejam empresas ou governos – participando ativamente da campanha “Setembro Amarelo”, como se não tivessem responsabilidade alguma sobre o adoecimento mental que pode levar ao suicídio.

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