Carlos Vasconcellos

Em função da proximidade do limite para o fechamento do acordo e a fim de garantir que a categoria não fique desprotegida pela Convenção Coletiva de Trabalho vigente - o último dia é na próxima segunda-feira, 31 - os bancários do Rio decidiram, em votação na assembleia na sexta-feira (28), realizar uma nova assembleia no último sábado (29). Os bancários aprovaram que a assembleia conjunta e deliberativa para votar sobre a proposta final da Fenaban e dos acordos coletivos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal vai até às 23h59 desta segunda-feira (31).  A decisão assegura a unidade da base do Rio de Janeiro com o restante do país, seguindo orientação do Comando dos trabalhadores. .

Avanços da Nova Proposta

Após insistir com o reajuste zero e a retirada de direitos, com redução na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em até 48%, diminuição da gratificação de função, que cairia de 55% para 50%. a mobilização nacional dos bancários levou os bancos a recuarem a apresentarem uma nova proposta na mesa única: dois anos com reajustes e sem retirada de direitos. Os bancos propõem reajuste de 1,5% mais um abono de R$2 mil para este ano de 2020. A PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e todos os benefícios, como os tíquetes, seriam corrigidos pela inflação (INPC), assim como está garantida a renovação dos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho vigente, que foi aprovada em 2018.

Para 2021, os bancos apresentaram um reajuste pelo INPC mais 0,5% de aumento real. A proposta inclui ainda a garantia de todos os direitos previstos na atual Convenção Coletiva de Trabalho a partir da assinatura do novo acordo. Bancários realizam assembleia para decidir. Ainda falta definir proposta dos bancos sobre o teletrabalho. O movimento sindical defende uma regulamentação para garantir os direitos destes trabalhadores. 

Debate democrático

Os bancários do Rio começaram, no final da tarde da última sexta, 28, em assembleia virtual, os debates sobre a nova proposta global da Fenaban (Federação Nacional dos Bancários) sobre reajuste salarial, PLR e demais itens remuneratórios. O Sindicato tirou dúvidas dos bancários em relação à proposta global dos bancos (faltando apenas o item sobre o home office) e os participantes debateram democraticamente a respeito dos rumos da campanha salarial.

Demissões

A presidenta do Sindicato Adriana Nalesso falou sobre as demissões no Santander, Itau, Bradesco e Mercantil e lembrou que o Sindicato tem prestado todo apoio nas áreas de saúde e na assessoria jurídica para tentar reverter as dispensas.

Negociação chega ao limite

Nalesso destacou ainda que no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal também as negociações tiveram avanços (você confere os detalhes das propostas específicas dos bancos públicos aqui em nosso site). Falou também da conjuntura política e dos riscos de as propostas não serem aprovadas, em função dos ataques do governo Bolsonaro aos movimentos sindical e social e de retirada de direitos dos trabalhadores. É que, com o fim da ultratividade, mudança feita pela reforma trabalhista, os trabalhadores ficam desprotegidos e sem nenhuma garantia de direitos visto que as novas regras não preservam mais os direitos da Convenção Coletiva vigente até o fechamento de um novo acordo.

“Sabemos que a atual proposta ainda não é aquela que todos nós desejávamos e a categoria merece, mas chegamos ao limite da solução negociada”, explicou. Destacou ainda que, se não fosse a mesa única, os bancários da Caixa e do Banco do Brasil teriam amargado perdas consideráveis”.

A maioria dos sindicalistas demonstrou preocupação com a proximidade da data base da categoria (1º de setembro) e o prazo para fechar o acordo é até a próxima segunda-feira, dia 31 de agosto. Com o

“Temos responsabilidade com a categoria e sabemos dos limites que seria uma greve diante desta conjuntura, embora os bancários tenham demonstrado muita coragem e dignidade na luta”, completou Adriana.

Os sindicalistas criticaram ainda a intenção do Ministro da Economia Paulo Guedes de privatizar as instituições públicas, o que representa mais um risco para a categoria e o país.  

“Temos que ter clareza deste momento político que estamos vivendo de ataques aos direitos trabalhistas e aos movimentos sindical e social e das limitações que a pandemia e o grande número de trabalhadores em home Office nos impõem para a realização de uma greve agora”, explica o diretor do Sindicato Gilberto Leal.

José Ferreira, tesoureiro da entidade sindical do Rio, disse estar preocupado também com a perda do apoio da sociedade com a realização de uma greve que pode inviabilizar o pagamento do auxílio e do FGTS emergencial e do seguro desemprego num momento tão delicado para os trabalhadores, especialmente os mais vulneráveis.

Atividade na orla está suspensa

Como a assembleia virtual que começa neste sábado, às 20h e vai até às 23h59 de segunda-feira, dia 31 de agosto, para que todos os bancários e bancárias possam votar, a atividade da categoria que seria realizada na orla de Copacabana neste domingo (31) está suspensa. Fique atento às informações online sobre a campanha campanha salarial aqui em nosso site. 

Clique no link e participe da assembleia

O Comando Nacional orienta pela aprovação das novas propostas. Entre no link https://pt.surveymonkey.com/r/HMWQ6RK e garanta a sua participação na assembleia deste sábado, 29, que começa às 18h30

https://pt.surveymonkey.com/r/HMWQ6RK