Quinta, 27 Agosto 2020 19:59
ASSEMBLEIA

Bancários não aceitam a retirada de direitos e dão prazo até hoje para bancos apresentarem proposta

Para solucionar o limite de no máximo mil participantes na sala do aplicativo Zoom, o Sindicato disponibilizou o acesso à assembleia no Canal da entidade sindical no Youtube, garantindo a maior participação dos bancários e bancárias  Para solucionar o limite de no máximo mil participantes na sala do aplicativo Zoom, o Sindicato disponibilizou o acesso à assembleia no Canal da entidade sindical no Youtube, garantindo a maior participação dos bancários e bancárias

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Durante a assembleia organizativa realizada nesta quinta-feira, dia 27 de agosto, a presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Adriana Nalesso, que faz parte do Comando Nacional da categoria e participa da reunião com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), disse que a categoria não aceita perda de direitos e que o movimento sindical estabeleceu o prazo até esta data para os bancos apresentarem uma proposta digna para os trabalhadores.

“Retomamos hoje as negociações e a Fenaban apresentou a mesma proposta de reajuste zero com abono para este ano e o parcelamento do índice da inflação para 2021. Nós do Comando dissemos que não há menor possibilidade de aceitarmos esta proposta até porque o setor financeiro continua lucrando”, disse.  

Bancos públicos

Em relação às negociações dos acordos coletivos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, Nalesso disse que a posição da categoria é a mesma de rejeitar a retirada de direitos.

“Na Caixa não abrimos mão do paradigma 70 (empresa) x 30 (empregados) para o Saúde Caixa. Os empregados estão dispostos a debater a sustentabilidade do plano, mas é preciso abrir a possibilidade de ingresso dos novos funcionários e manter a qualidade do modelo do sistema de saúde. Nosso objetivo é não permitir a retirada de direitos”, acrescenta.

No Banco do Brasil, a lógica de defesa das conquistas e da renovação do acordo coletivo vigente é a mesma. “O BB quer cortar 50% do valor do programa próprio do banco, reduzindo a distribuição do lucro líquido, de 4% para 2%, resultando em perda salarial para os funcionários e quer ainda a redução dos ciclos de avaliação da Gestão de Desempenho Profissional, o que o funcionalismo também não aceita. O prazo para a Fenaban e para os bancos públicos apresentaram as propostas termina hoje. A Convenção e os acordos coletivos vencem no dia 31 de agosto. Não vamos aceitar a perda de direitos”, completa Adriana, que lembrou que o momento é de intensificar a mobilização, especialmente nas redes sociais para pressionar os bancos a avançarem nas negociações.  

Na campanha salarial deste ano, além da defesa dos direitos conquistados, os bancários lutam contra a privatização das instituições públicas, projeto do Governo Bolsonaro já confirmado publicamente pelo ministro da Economia Paulo Guedes e pelas direções do BB e da Caixa.

Os dirigentes sindicais tiraram dúvidas dos bancários e informaram sobre o calendário de mobilização. O tesoureiro do Sindicato José Ferreira lembrou que nesta sexta-feira (28) será realizada novo ato público no Centro, denunciando a intransigência da Fenaban na campanha salarial e o descaso dos bancos com a vida e a saúde dos trabalhadores. No domingo (30) está confirmado o protesto na orla, com concentração em frente ao Hotel Copacabana Palace, a partir das 11 horas. Foi ratificada também a manutenção do estado de greve e de assembleias permanentes para organizar a luta da categoria.  

Proximidade da data-base

O vice-presidente da Contraf-CUT Vinícius de Assumpção falou de sua preocupação com o pouco tempo para os bancários conseguirem um acordo digno, em função da data limite do dia 31 de agosto (próxima segunda-feira). A data-base da categoria é 1º de setembro e com o fim da ultratividade, aprovada na reforma trabalhista, os diretos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho vigente não estão mais garantidos até o fechamento do novo acordo.

“Nós sabemos que esta pandemia trouxe dificuldade para a nossa mobilização, até porque muitos trabalhadores estão em home office. Precisamos intensificar as atividades de luta nos finais de semana. Entretanto, não podemos desprezar do que este governo é capaz de fazer com os empregados dos bancos públicos, que estão desprotegidos, caso a gente não consiga fechar um acordo digno até o dia 31 de agosto”, explica. 

Amanhã (28) será realizada nova reunião virtual, como continuidade das assembleias permanentes, a partir das 18 horas, para informar os bancários sobre o andamento das negociações e debater sobre as estratégias de luta através do aplicativo Zoom. Se houver propostas dos bancos, será aberto espaço para defesa das posições a respeito do que for apresentado pela Fenaban e, em seguida a votação da assembleia. 

 

 

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