Terça, 25 Agosto 2020 23:38
VOCÊ NA LUTA

Bancários lançam calendário de mobilização para derrotar intransigência dos bancos

Participação da categoria nas atividades de luta é fundamental para virar o jogo da campanha salarial. Assembleia na quinta (27) pode aprovar estado de greve
Assembleia organizativa definiu calendário de lutas após o Comando Nacional do Bancários rejeitar a retirada de direitos e o reajuste zero Assembleia organizativa definiu calendário de lutas após o Comando Nacional do Bancários rejeitar a retirada de direitos e o reajuste zero Arte: Contraf-CUT

Carlos Vasconcellos

Impresns SeebRio

 

Os bancários do Rio definiram um calendário de mobilização para pressionar os bancos a recuarem de sua intransigência nas mesas de negociação e, se necessário, construir uma forte greve nacional, caso a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) insista em impor reajuste zero e a retirada de direitos da categoria. A decisão foi tomada na assembleia organizativa realizada em videoconferência nesta terça-feira, dia 25 de agosto.

Fortalecer a luta

Foi aprovada um ato público no Centro da cidade, com concentração ao meio dia, na Candelária, nesta quarta-feira, dia 26 de agosto. Na quinta (27) tem plenária de delegados sindicais (horário a confirmar) e a partir das 18h30, assembleia virtual deliberativa, com indicativo de estado de greve. Para participar será necessário preencher um questionário (divulgação do link em breve aqui em nosso site).  

Sexta-feira, Dia do Bancário (28) é dia de todos os bancários e bancárias vestirem preto como luto pela intransigência dos bancos na campanha salarial e triar foto para compartilhar nas redes sociais.

A semana fecha com um protesto na orla de Copacabana, com concentração em frente ao Hotel Copacabana Palace.

Participação de todos

A presidenta do Sindicato Adriana Nalesso convocou a categoria para as atividades de mobilização e lembra que as manifestações vão respeitar o distanciamento social por causa da Covid-19 e todos os participantes deverão usar máscaras.

“Quem é do grupo de risco, deve ficar em casa. Mas todos podem participar também com protestos nas redes sociais, especialmente no twitter, para pressionarmos a Fenaban e derrotarmos o impasse criado pelos bancos nas negociações. Quem puder, deve ir às ruas protestar. A proposta apresentada na mesa pelos bancos hoje já havia sido rejeitada na reunião anterior. Os quatro maiores bancos – Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander – lucraram R$28 bilhões no primeiro semestre. Não vamos levar para a categoria propostas com retirada de direitos”, disse.

Carlos Alberto Oliveira, o Caco, destacou a greve dos Correios contra a retirada de direitos e o ataque ao estado nacional pelo Governo Bolsonaro. Estes trabalhadores ficaram de apoiar a manifestação dos bancários, no domingo (30), em Copacabana. “Fortalecer o Comando Nacional é fundamental para a nossa unidade”, acrescenta, ressaltando ainda a necessidade de atos unificados entre as diversas categorias.  

Desafios da campanha

O diretor da Secretaria de Saúde do Sindicato, Gilberto Leal, falou do desafio da categoria diante da difícil conjuntura política, econômica e sanitária.

“Como somos uma categoria que tem um histórico de conquistas de direitos não é surpresa que seríamos atacados pela política econômica do ministro Paulo Guedes e pelos bancos. Temos ainda o desafio da questão da saúde em função da pandemia e dos trabalhadores que estão na linha de frente e em Home Office”, afirma.

Sem medo de ameaças

Ronald Carvalhosa chamou a atenção para os cinco funcionários da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), instituição fundamental para a pesquisa científica no Brasil, com mais de 75 anos que serão desligados como consequência da reforma da Previdência. “Não podemos desprezar o nível de perversidade desta gente. Os companheiros devem estar atentos, pois o mesmo pode acontecer na Caixa e no Banco do Brasil”, alertou O sindicalista disse ainda que a categoria tem que organizar uma greve nacional forte e não deve ter medo da ameaça dos bancos em função do fim da ultratividade (não há mais as garantias dos direitos previstos em acordos vigentes até o fechamento de um novo acordo) e da proximidade da data base da categoria, que é na próxima terça-feira, dia 1º de setembro.

O secretário geral do Sindicato, Robson Santos, lembrou emocionado dos bancários que perderam a vida nesta pandemia e citou o dirigente sindical Francisco Abdala, que morreu no último dia 16 de junho, vítima da Covid-19. E criticou as demissões nos bancos em plena crise sanitária e econômica. “O Santander demite em massa no período em que o trabalhador mais necessita de seu emprego”, afirmaou, destacando que o grupo espanhol descumpriu o acordo firmado com a categoria de não dispensar trabalhadores no período da pandemia.

Delegados Sindicais

José Ferreira, tesoureiro do Sindicato, ressaltou a participação dos mais de 550 bancários na assembleia virtual e propôs ainda a realização de plenárias com a participação dos delegados sindicais da Caixa e do Banco do Brasil para fortalecer o movimento da categoria.

Ao final, os participantes homenagearam o dirigente sindical Chicão, vitima da Covid-19, e gritaram “Fora Bolsonaro”, em protesto contra a política do governo de ataques aos direitos dos trabalhadores e de arrocho salarial. 

 

Calendário de Mobilização

 

       Data                                                   Atividade

 

      Quarta-feira (26/8)               Ato público: Concentração na Candelária (12h)/Assembleia da Finep (8h às 22h)

 

     Quinta-feira (27/8)                Plenária Delegados Sindicais e Assembleia (18h30)

 

     Sexta-feira (28/8)                  Live Dia do Bancário (Grupo Molejo, 19h30) e Dia do Luto: vestir preto e divulgar nas redes sociais

 

     Domingo (30/8)                     Protesto na orla: concentração no Copacabana Palace (11h)

 

Mídia

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