Quinta, 20 Agosto 2020 21:03
BASTA DE DESRESPEITO!

Bancários correm risco de vida para garantir lucros, mas bancos querem reduzir e até retirar direitos

Além de diminuir o valor da PLR e da gratificação de função, Fenaban sinaliza com o fim da 13ª cesta alimentação. Terça (25) tem assembleia da categoria
NA LUTA POR VOCÊ - O Comando Nacional rejeitou a proposta da Fenaban na mesa de negociação. A  categoria não aceita a retirada de direitos e quer a renovação da atual Convenção Coletiva de Trabalho, aumento real de salário, PLR e a garantia de todas as conquistas também para quem vai permanecer no teletrabalho NA LUTA POR VOCÊ - O Comando Nacional rejeitou a proposta da Fenaban na mesa de negociação. A categoria não aceita a retirada de direitos e quer a renovação da atual Convenção Coletiva de Trabalho, aumento real de salário, PLR e a garantia de todas as conquistas também para quem vai permanecer no teletrabalho

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A rodada de negociação sobre as cláusulas econômicas, realizada entre a o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancários), realizada nesta quinta-feira, 20 de agosto, deixou a categoria indignada com os bancos. Após propor a redução de até 48% da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) na reunião da última terça-feira (18), os bancos anunciaram que querem diminuir a gratificação de função e extinguir a 13ª cesta alimentação. O tíquete a mais no final do ano é importante para cobrir os gastos com as festas de fim de ano, mas pelo visto nem o espírito natalino e os votos de um ano novo mais feliz sensibilizam os banqueiros.

A Fenaban quer reduzir a gratificação de função de 55% para 50%. 

O encontro foi feito por videoconferência. Os sindicalistas rejeitaram a proposta de imediato, na mesa. Ainda não houve resposta para a revindicação dos trabalhadores por aumento real de salários. Nesta sexta-feira (21), nona rodada de negociação, terá continuidade o debate sobre os itens econômicos e os bancários esperam uma proposta completa, pois está expirando o prazo da data-base da categoria, que é 1º de setembro. 

“Esperamos que os bancos apresentem uma proposta global e justa amanhã que atenda a todas as nossas revindicações e esta campanha salarial seja resolvida através do diálogo. Não aceitamos retirada de direitos. Além de ser o setor mais lucrativo do país, durante esta pandemia os bancos reduziram suas despesas em cerca de R$270 milhões e com o Home Office é o trabalhador quem está gastando mais com luz, Internet, equipamentos de trabalho. Não há justificativa para esta postura e nem vamos aceitar a retirada de direitos”, critica a presidenta do Sindicato Adriana Nalesso.

O movimento sindical repudia e considera uma afronta a proposta dos bancos. “Os bancários merecem ter o devido reconhecimento, estão colocando suas vidas e de seus familiares em risco trabalhando em plena pandemia para garantir os lucros dos bancos. Esta proposta é mais um ataque aos nossos direitos e não aceitamos isto”, disse.

Perdas da proposta

Segundo cálculo feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a categoria terá uma perda de R$13.282,57 anuais com as reduções e retiradas de direitos propostas pela Fenaban, o que os sindicatos não vão admitir. 

Aumentar a mobilização

Somente com mobilização, aumentando a pressão nas redes sociais, os bancários vão conseguir avançar nas negociações. Em função da postura intransigente da Fenaban, os sindicatos realizam na próxima terça-feira (25), às 19 horas, por videoconferência, assembleia para deliberar sobre os rumos da campanha salarial e dar uma resposta à postura arrogante e desrespeitosa dos bancos. O Comando não descarta a possibilidade de greve nacional. 

O Sindicato do Rio convoca toda a categoria a continuar cobrando dos bancos uma proposta digna, através das redes sociais, em especial no Twitter, divulgando as hashtags #NaoMexeNaPLR e  #NenhumDireitoAMenos.

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