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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Primeiro foi a reforma da Previdência que trouxe prejuízos para o trabalhador civil. De cada R$100 economizado pela mudança nas regras de aposentadoria criada pelo Ministro da Economia Paulo Guedes, R$80 foram tirados de quem ganha até dois salários mínimos. Já os militares podem se aposentar com 52 anos (antes era com 48 anos) e com salário integral. Mas para elevar a idade em apenas quatro anos, o alto escalão das Forças Armadas exigiu uma contrapartida que foi dada pelo governo: aumento de até 70% nos salários dos generais. Já para os civis, é paulada no lombo.
Tratamento diferenciado
O que causa indignação à sociedade é que o governo retira direitos dos trabalhadores e arrocha salários, mas continua a privilegiar os militares.
“Esse mesmo governo mais que dobrou os soldos dos oficiais militares e agora quer congelar os salários dos servidores civis até 2021. Alegam que a proposta é por uma questão de responsabilidade com as contas públicas e o com o país, mas Bolsonaro e Guedes querem sacrifício só para os trabalhadores e servidores civis. O militar é um funcionário como outro qualquer, não pode ter privilégios. O governo, para ter moral e pensar em levar adiante sua proposta tem que rever e cortar o aumento dos salários dos militares”, afirma o vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio Paulo Matileti.
O Senado vetou o congelamento dos salários dos servidores. Foram 42 votos contra 30. O governo articula para que a Câmara dos Deputados mantenha os vetos qu prejudicam os funcionários públicos.
Toma lá, dá cá
Bolsonaro se aliou aos setores mais corruptos do Centrão, ligados ao ex-deputado Roberto Jefferson e da ala do MDB liderada pelo ex-presidente Michel Temer, em troca de cargos públicos para ganhar apoio às propostas do governo e impedir o impeachment do Presidente da República. Jefferson foi preso em fevereiro de 2014 no processo do mensalão, condenado a 7 anos e 14 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em liberdade, por já ter cumprido a pena, o ex-deputado do PTB tornou-se um dos principais aliados do atual governo. Temer chegou a ser preso em 2019, junto com seu amigo, o coronel aposentado da PM, João Batista Lima, acusados de desvio de dinheiro nas obras da usina de Angra 3. O ex-presidente e o coronel foram soltos seis dias depois, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além de ser conselheiro de Bolsonaro, Temer foi nomeado pelo atual presidente do país, chefe da missão diplomática no Líbano, após a explosão em Beirute. Mas o toma lá, dá cá não para por aí. O ex-deputado gaúcho Calros Marum, afastado do Conselho de Itaipu por decisão judicial e um dos maiores aliados de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, foi reconduzido ao cargo pelo Presidente Bolsonaro.