Segunda, 17 Agosto 2020 23:10

Cadê a proposta, Fenaban?

Bancos ainda lucram mais do que qualquer outro setor e resultados só não foram maiores por causa do superdimensionamento das provisões. Nesta terça (18) tem negociação de itens econômicos

O lucro líquido conjunto dos grandes bancos brasileiros no segundo trimestre foi de R$ 12,1 bilhões. Os resultados oficiais só não foram maiores porque as instituições financeiras superdimensionaram as Provisões de Devedores Duvidosos (PDDs), transferindo grande parte dos ganhos para uma reserva a fim impedir perdas em caso de um possível crescimento da inadimplência, em função da crise pós-pandemia. Em muitos casos, sem as PDDs, as quedas nos lucros em relação ao mesmo período do no ano passado, viram crescimento. É o caso do Santander, que fez uma reserva de R$10,4 bilhões, volume superior ao lucro oficial que, com as provisões, passou de R$ 7,749 bilhões para R$5,989 bilhões. Sem o superdimensionamento da PDD, a queda nos resultados do grupo espanhol vira crescimento de 8,8%.

O Bradesco foi quem mais faturou no período, com lucro líquido de R$ 3,506 bilhões no segundo trimestre. Em seguida, vem o Itaú Unibanco, que registrou lucro líquido de R$ 3,424 bilhões no segundo trimestre de 2020.

O Banco do Brasil teve lucro líquido de R$ 3,2 bilhões neste período de 2020, com queda de 23,7% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 4,2 bilhões). Em quarto lugar, o Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 2,02 bilhões no segundo trimestre. Ou seja, os bancos continuam, sim, lucrando muito, mais do que qualquer outro setor da economia e os números estão sendo adulterados pela estratégia de elevar as provisões. Não há motivos para demitir trabalhadores e nem para negar as reivindicações da categoria bancária.
E então, cadê a proposta, Fenaban?

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