Segunda, 10 Agosto 2020 19:13

Bancários reivindicam da Fenaban manutenção dos empregos

O Comando Nacional dos Bancários reivindicou da Fenaban, na segunda rodada virtual de negociação da Campanha Nacional Unificada deste ano, naa quinta-feira (6/8), a inclusão de uma cláusula de não demissão durante a pandemia do novo coronavírus, na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O compromisso de não demitir havia sido firmado em acordo com os bancos, mas o Santander desrespeitou e impôs centenas de dispensas arbitrariamente. A Fenaban ficou de dar uma resposta em uma próxima rodada. A Fenaban informou que fará reunião com os bancos na próxima semana e levará os temas do emprego e teletrabalho (discutido na rodada anterior) para o debate. Disse ainda que apresentará também uma pauta que está sendo elaborada. O Comando reivindicou, além da manutenção do compromisso de não demitir, a realocação e requalificação, criando assim oportunidades para os bancários. Reivindicou, ainda, a instituição de uma comissão bipartite para discussão sobre os impactos das tecnologias no setor.

“Responsabilidade social se faz com empregos e os bancos podem manter os postos de trabalho. É isso o que queremos, respeito e dignidade para bancárias e bancários”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Adriana Nalesso.

Em pesquisa realizada na categoria, através de uma consulta nacional, mais de 53% dos entrevistados responderam que têm medo de ser demitidos. Quem está no teletrabalho além da demissão tem medo de ser esquecido e não ter oportunidade de ascensão.

Fechamento de agências

Sobre o fechamento de agências, a Fenaban usou como argumento as mudanças no mercado de trabalho, os avanços tecnológicos, o aumento do uso de mobile e outros meios digitais de atendimento. Sustentou que esta realidade teve impacto na manutenção das agências físicas. Os sindicalistas destacaram que as agências, principalmente nos bairros, estão sempre cheias o que deixa claro a necessidade não só da manutenção dos empregos como ampliação, afim de possibilitar atendimento digno à população.

“Muitos municípios ficaram sem agência. Tal atitude afeta os empregos no setor e também os de outros trabalhadores como vigilantes, limpeza, mas também a população que precisa de atendimento digno”, lembrou Adriana.

Dados apresentados pelo Dieese revelam uma realidade dura e difícil: no período de 1990 a 2001 os bancos extinguiram 46,3% dos postos de trabalho. De 2002 a 2011 houve um crescimento de 30,4%, que recuperou em parte a perda de vagas e a categoria chegou a 513 mil postos de trabalho. Agora com a volta ao poder de um governo neoliberal, novamente foram perdidos postos de trabalho. De 2012 a 2018 a categoria foi reduzida em 11,6%, fruto da reforma que permitiu a precarização das relações de trabalho.
Os motivos para a queda no emprego bancário são flexibilização nas contratações, terceirizações e ampliação das tecnologias, além dos planos de demissão voluntária.
De acordo com o Banco Central, foram fechadas 1.028 agências nos últimos doze meses, dessas, 193 durante a pandemia. O Bradesco anunciou recentemente em jornal de grande circulação o fechamento de mais 400 unidades.

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