Terça, 12 Mai 2020 17:45

12 de maio: o golpe que derrubou Dilma. O que mudou em sua vida?

Após quatro anos do golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff o brasileiro já pode responder: a vida ficou melhor ou pior? Após quatro anos do golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff o brasileiro já pode responder: a vida ficou melhor ou pior?

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Desde o dia em que o resultado das eleições presidenciais deu a vitória à Dilma Roussef (PT), com 54 milhões de votos, o candidato derrotado Aécio Neves disse que não daria descanso ao governo eleito, demonstrando todo o sentimento daqueles que não aceitaram o resultado das urnas na eleição de 2014, num pleito muito polarizado. Aécio, aliado ao então deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) cumpriu sua promessa, articulando o golpe que derrubou a presidenta eleita pelo povo.

Após quatro anos do golpe que derrubou a Presidenta Dilma Roussef, afastada do cargo com abertura de impeachment no dia 12 de maio numa cena patética no Congresso Nacional, com apoio de toda a grande mídia, em especial das Organizações Globo, e uma campanha financiada pelos bancos, pelo capital estrangeiro e multinacionais do petróleo e do grande empresariado brasileiro, com direito a campanha do “pato” patrocinada pela Fiesp, ficam algumas perguntas, que cada brasileiro, independentemente de seu voto ou preferência partidária, precisa responder.

O que você ganhou com isso? E, principalmente, o que você perdeu com isso?

Desmoralização internacional

Nestes últimos quatro anos o Brasil, que historicamente sempre teve uma respeitabilidade internacional, por suas posições independentes, passou a ser uma nação que virou chacota e gerou indignação no mundo inteiro ante as posições do presidente Jair Bolsonaro, seja no deboche ao número crescente de infectados e mortos pelo Covid-19, seja pelos ataques gratuitos a um dos principais compradores das commodities brasileiras, a China, ou pelas respostas toscas à imprensa sobre qualquer tema com uso de uma patética e inflamada claque de simpatizantes paga com dinheiro público.

A vida piorou ou melhorou?

Mas a pergunta “o que você ganhou” e “o que você perdeu” nos últimos quatro anos desde o golpe (o próprio Temer admitiu que foi um golpe, em entrevista) da presidenta Dilma deve ser feita de forma direta, no cotidiano, nas condições de trabalho, no sonho da aposentadoria, na certeza de que você vai poder continuar trabalhando e levando a alimento para sua família ou ficar sem emprego.

Ficou melhor ou pior?  Você se sente mais seguro no emprego ou mais ameaçado? O sonho da aposentadoria sua ou de seus pais está mais próximo ou mais distante? Encher o carrinho de compras ficou mais fácil ou mais difícil? O dólar poderá passar dos R$6. Na época custava R$3. Com a política dolarizada, produtos como o trigo, que o Brasil compra na moeda americana para importar dos EUA e da Argentina, fez subir o pão e demais derivados.

E o que dizer da gasolina? Mais de R$5 o litro? O que você acha? Custava R$2,50 em plena crise durante o governo Dilma. E o preço do gás que chega a mais de R$55 ou R$80 em algumas regiões. Você acha justo?

Hoje está claro que Dilma poderia ter todos os defeitos, mas era uma mulher honrada, ilibada, tanto que mesmo com o impeachment a Justiça não foi capaz de torná-la inelegível, ao contrário do que ocorreu com o ex-presidente Collor. O mesmo não se pode dizer de seu então adversário, Aécio Neves.

Valeu à pena?

A pergunta que todos devemos fazer é: Valeu a pena? Quem de fato ganhou e quem perdeu? O povo é que não foi. Só perdeu. Os bancos e grandes empresários só ganharam, a cada Medida Provisória do Governo que retira direitos do trabalhador, concede trilhões aos bancos e reduz impostos retirando dinheiro da Previdência logo após uma reforma que de cada R$100 economizado, R$70 foram roubados de quem ganha até dois salários mínimos.

Desde a instituição do governo golpista de Temer e agora com Bolsonaro o trabalhador só perdeu.

Até num momento de calamidade causada pela pandemia do coronavírus, o Presidente do Brasil só sabota, debocha diante de um povo que sofre as dores da doença e das perdas das vidas.

Fica a pergunta para cada brasileiro e brasileira: o que aconteceu com a sua vida nestes quatro anos? A resposta cabe a cada um.

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