Terça, 28 Abril 2020 17:43
CORONAVÍRUS

Sindicatos cobram proteção à saúde, ao emprego e condições de trabalho para os bancários

Nesta quarta (29), completam 50 dias de quarentena e de negociações com os bancos. Adriana Nalesso avalia que categoria conseguiu avanços importantes
Adriana Nalesso avalia que houve avanços nas negociações com a Fenaban em 50 dias de quarentena, mas que os bancos têm condições de atender as demais revindicações da categoria Adriana Nalesso avalia que houve avanços nas negociações com a Fenaban em 50 dias de quarentena, mas que os bancos têm condições de atender as demais revindicações da categoria

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O Comando Nacional dos Bancários se reuniu com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) nesta terça-feira, 28 de abril, para atualização das medidas de segurança e proteção aos bancários em função da pandemia do coronavírus e para cobrar a não aplicação das Medidas Provisórias 927 e 936 criadas pelo Governo Bolsonaro e que impactam negativamente na categoria bancária. Completou no mesmo dia, cinquenta dias desde que a OMS (Organização Mundial de Saúde) decretou estado de pandemia e na quarta-feira (29), completam cinquenta dias de negociação dos bancários com a Fenaban.

Proteção da vida e do emprego

A presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Adriana Nalesso, que participou da reunião em videoconferência, destacou que houve avanços nesse período de negociações ante a grave situação de calamidade no mundo.

“Avançamos na proteção aos empregos suspendendo as demissões nos três maiores bancos do setor [Itaú, Bradesco e Santander], conseguimos a implementação do sistema de rodízio no trabalho das agências e das medidas de proteção com uso de EPIs [Equipamentos de Proteção Individual]. Além do afastamento de funcionários no grupo de risco e do trabalho em home office para milhares de bancários, entre tantas outras ações que contribuem para a proteção da vida e da saúde dos bancários”, explica Adriana.  

Precisa avançar mais

Nalesso lembra ainda que alguns bancos fecharam agências, atendendo à solicitação do Sindicato, mas que os bancos ainda precisam avançar em várias questões.

“Apesar do fechamento de um número considerável de unidades, recebemos denúncias de falta de equipamentos de proteção nas agências e o descumprimento de protocolo em caso de funcionários com suspeita de coronavírus. Há também muitos bancários reclamando da cobrança abusiva de metas, uma prática inaceitável em qualquer ocasião e que adoece os bancários, ainda mais num momento de crise da pandemia como este”, acrescenta. Adriana destaca ainda que o Sindicato está monitorando a situação em todas as unidades do Município do Rio e cobrando diariamente providências dos bancos.

Atendimento agendado

Uma das principais demandas reivindicadas pela categoria, o atendimento em sistema de agendamento para evitar aglomerações, ainda não foi providenciada pelas instituições financeiras.

“Precisamos avançar mais, garantindo o atendimento agendado em todas as unidades bancárias. Além disso, reafirmamos nesta reunião, a reivindicação para que os bancos disponibilizem testes ou garanta o ressarcimento do funcionário que quiser comprar o kit. Os bancos ficaram de avaliar e depois retornar”, ressalta Adriana.  

Ataques do governo

Nesse período de isolamento social em função da quarentena, o governo Bolsonaro, através de Medidas Provisórias, tem permitido a implementação do banco de horas e antecipação férias, redução de jornada e salários entre outras alterações sem a negociação com os sindicatos e a conta acaba sobrando pros trabalhadores. Por isso, reforçamos com a Fenaban a necessidade de manutenção das negociações para preservarmos os direitos da categoria”, disse Nalesso. Ela lembra que alguns bancos têm implementado as MPs unilateralmente, sem discussão prévia com o movimento sindical.

“É um absurdo, os bancos têm tido lucros exponenciais durante todos estes anos. É preciso preservar vidas, garantir direitos e empregos”, afirma a sindicalista.

 Flexibilização da quarentena

 Os bancos destacaram no encontro a respeito dos decretos de alguns governos estaduais e prefeituras que flexibilizam a quarentena, o que para os sindicatos representa um risco para a saúde e a vida das pessoas.

“Não é hora de flexibilizar nada. O isolamento social é uma necessidade, não vamos aceitar o retorno de trabalhadores sem que a curva epidemiológica tenha caído. Defendemos a continuidade do isolamento social e o revezamento e não é hora das pessoas retornarem à normalidade. A vida vale mais que o lucro. Os bancos são responsáveis pela vida de seus funcionários e não justifica retornar agora que o número de casos só tem aumentado”, critica a presidenta do Sindicato.

Os representantes da categoria ressaltaram ainda que defendem o diálogo e a negociação das pautas estabelecidas pela MPs criadas pelo governo federal e  aprovadas pelo Congresso Nacional, com critérios definidos afim de reduzir os impactos sobre a categoria e garantir os direitos dos bancários.

A Fenaban ficou de apresentar propostas para os itens reivindicados opelos trabalhadores em uma próxima rodada de negociação em breve, mas cuja data ainda não foi definida.  

Denuncie ao Sindicato – Os bancários e bancárias do Rio devem denunciar ao Sindicato qualquer situação que coloque em risco a saúde e a vida dos funcionários, através do email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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