Sexta, 24 Abril 2020 00:32
CAIXA E ITAÚ

Sindicato visita agências na Penha e Ramos e confirma aglomerações e riscos para os bancários

NA LINHA DE FRENTE - O vice-presidente do Sindicato Paulo Matileti e o diretor da entidade, Jorge Lourenço, constataram aglomerações e riscos para os bancários em agências da Caixa e do Itaú, durante visitas à unidades nos bairros de Ramos e da Penha NA LINHA DE FRENTE - O vice-presidente do Sindicato Paulo Matileti e o diretor da entidade, Jorge Lourenço, constataram aglomerações e riscos para os bancários em agências da Caixa e do Itaú, durante visitas à unidades nos bairros de Ramos e da Penha

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro Paulo Matileti e o diretor da entidade, Jorge Lourenço, estiveram na última quarta-feira, 22 de abril, em agências da Caixa Econômica Federal e do Itaú nos bairros da Penha e em Ramos. O objetivo das visitas foi o de verificar denúncias de aglomerações em unidades bancárias, precárias condições de trabalho dos empregados e se os bancos estão dando suporte para proteger os funcionários dos riscos do Covid-19.

Vigilante com sintomas

Na unidade da Caixa de Ramos foi constatado que um vigilante estava com sintomas do coronavírus, com muita secreção e dificuldade para respirar.

“Ao ver àquela situação cobrei para que o vigilante fosse imediatamente afastado do trabalho para que ele possa ter toda a assistência médica necessária e os demais trabalhadores estejam protegidos de riscos de um contágio da doença. Vamos informar o caso ao banco. Nestes casos, as agências têm que ser fechadas imediatamente. Percebi também que os empregados estão sofrendo pressão para omitirem e não denunciarem os casos”, disse Matileti.

O vigilante está desde sexta-feira passada (17) com os sintomas.

Dois casos no Itaú

Na unidade do Itaú, em Ramos, houve dois casos confirmados de Covid-19 e os sindicalistas cobraram o fechamento e a higienização da agência, o que deverá ocorrer imediatamente. 

"Percebemos que há uma pressão da direção dos bancos e dos gestores para que os funcionários não denunciem os casos de suspeitas e mesmo de confirmação de coronavírus. É uma vergonha que o setor que mais ganhou dinheiro neste país nos últimos 40 anos priorize seus lucros em vez de cuidar da vida dos funcionários”, critica o diretor do Sindicato, Jorge Lourenço, ao observar que no Itaú problemas de aglomeração e riscos para os funcionários se repetem.

Reivindicações da categoria

O Sindicato tem lutado para fechar agências e garantir a vida dos bancários. Além de cobrar dos bancos providências, em reuniões por videoconferência, a pedido da entidade, está em tramitação na Câmara de Vereadores o Projeto de Lei 1754/2020, de autoria do vereador Reimont (PT) que prevê a suspensão do funcionamento de todas as unidades bancárias na cidade do Rio de Janeiro, garantindo atendimento apenas aos casos de extrema necessidade e de forma agendada para evitar aglomerações durante o período de quarentena.

“A Caixa abriu várias agências nos feriados e na quarta-feira, assim como fará neste sábado. A empresa coloca em risco seus empregados e a população em função das aglomerações. Há unidades em que as filas dobram o quarteirão em função do pagamento do auxílio emergencial, tudo por incompetência do governo e irresponsabilidade da direção do banco”, alerta Matileti. O sindicalista critica ainda que o trabalho extra e em finais de semana não tem sido voluntário, pois os funcionários estão sendo pressionados para trabalhar além da jornada semanal.   

Segundo o sindicalista, na Caixa a orientação é de fechar a agência somente após exames confirmarem os casos de coronavírus. “Enquanto for apenas suspeita não poderá haver fechamento, como é o caso deste vigilante colocando em perigo não somente a vida dele, mas como a dos demais empregados e da população”, acrescenta o vice-presidente do Sindicato.

Apesar das promessas da superintendência da Caixa feita na última reunião com os dirigentes sindicais de que seria dado todo o apoio para proteger os empregados e que seriam cumpridos todos os protocolos de prevenção ao Covid-19, os dirigentes sindicais verificaram que, na prática, em muitas unidades há aglomerações e os bancários continuam correndo perigo, o que tem gerado aflição e indignação nos trabalhadores. Problemas parecidos ocorrem  em agências do Itaú e do Santander.

 “Já passou da hora dos bancos priorizarem a vida e a qualidade do emprego dos bancários e deixarem em segundo plano os lucros. O setor financeiro acaba de receber duas benesses indecentes do governo Bolsonaro: a gorda ajuda de R$1,2 trilhão e a compra de títulos pobres com dinheiro público através do Banco Central. O governo federal tem dificuldades em liberar o auxilio emergencial para a população mais vulnerável, mas é rápido para socorrer quem mais ganha dinheiro neste país há décadas, que são os bancos”, conclui Matileti.

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