Quinta, 16 Abril 2020 22:08
VIDAS EM RISCO

Santander não atende reivindicações do Sindicato e falta álcool gel, luvas e máscaras para bancários

Sindicato do Rio volta a cobrar providências através de um ofício enviado ao banco
Falta de Equipamentos de Proteção Individual em algumas agências e outras unidades com problema de aglomeração de pessoas no Santander, colocando em risco a vida de bancários, clientes e usuários Falta de Equipamentos de Proteção Individual em algumas agências e outras unidades com problema de aglomeração de pessoas no Santander, colocando em risco a vida de bancários, clientes e usuários

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Bancários de agências do Santander no Rio de Janeiro estão sem condições mínimas de proteção ao coronavírus. Falta tudo: ácool gel, luvas e máscaras para uso dos funcionários, inclusive os que estão na linha de frente do atendimento ao público. A grave situação foi constatada por dirigentes do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro que percorreram várias unidades na cidade.

“Os bancários estão expostos aos riscos de contágio, sem condições mínimas de proteção. No autoatendimento os problemas se repetem, inclusive na organização das filas para a entrada nas agência ou para auxiliar os clientes”, afirma o diretor do Sindicato, Marcos Vicente que esteve nas unidades.

Falta de responsabilidade

A Regional do banco afirma que está orientando os bancários a utilizarem máscaras e justifica dizendo que falta conscientização “aos empregados”.

Na avaliação de Vicente, o Santander no Rio tem sido omisso ao não cumprir com sua obrigação de proteger a saúde dos funcionários e fornecer as prometidas máscaras.

“Acho sinceramente que o Santander está se eximindo de suas responsabilidades e quer culpar os funcionários pelo problema que é do banco”, acrescenta. Marcos criticou ainda a cobrança de metas em plena crise do coronavírus. “Não dá para aceitar a cobrança de metas e o nível de pressão impostos aos bancários diariamente, ainda mais num momento tão delicado como este da pandemia”, disse.

O Sindicato fez seguidas cobranças para que o banco espanhol compre todo o material necessário para a proteção dos empregados e que favoreceria também a segurança de clientes e usuários.

“Há uma semana a Regional confirmou a compra do material, que até agora não chegou às agências. O banco deixou por conta dos gestores a compra de álcool gel. Os funcionários estão comprando máscaras por conta própria. O sistema financeiro é o setor mais lucrativo do país há 40 anos e tem dinheiro de sobra para a compra dos utensílios de proteção, fora o fato de que o banco consegue comprar a custos mais baixos no atacado em função da quantidade necessária para atender a demanda em nível nacional”, disse o diretor do Sindicato, Arnaldo Malaquias.

Funcionários infectados

A aflição dos funcionários é ainda maior porque no Santander já existem casos confirmados por testes e diversos empregados foram afastados com sintomas da Covid-19.

“Diariamente recebemos relatos de funcionários dos afastamentos por suspeita de contágio. Nós advertimos por diversas vezes sobre a necessidade de fornecimento do material necessário para prevenção à saúde dos bancários, principalmente dos trabalhadores estão na linha de frente do atendimento, mas infelizmente aqui no Rio de Janeiro, o banco não atendeu ao nosso apelo”, destaca Marcos Vicente.

O Sindicato voltou a cobrar providências ao banco através de um ofício enviado na quinta-feira (16) pela presidenta da entidade Adriana Nalesso. 

 

Descaso, sobrecarga de trabalho e

falta de rodízio nas agências do subúrbio

Agências do subúrbio da cidade, nas regiões da Zona Norte e Zona Oeste, além de Ramos e Andaraí passam por uma situação grave de superlotação de clientes, com filas imensas que se formam do lado externo, nas calçadas.

“Além do grau de risco altíssimo de contágio ao qual estão expostos devido à falta de Equipamentos de Proteção Individual, há unidades em que os bancários estão expostos às aglomerações. Contraditoriamente, o banco, através da Regional Rio Centro, reabriu quatro agências e inaugurou uma unidade Select na Avenida Rio Branco, enquanto que em agências de outras regiões, mesmo antes desta pandemia, faltam funcionários e sobra sobrecarga de trabalho”, relata Marcos. O sindicalista disse ainda que as novas unidades estão inteiramente vazias enquanto que em outras a demanda não para de crescer. Outro problema constatado pelo Sindicato é a falta de rodízio entre os funcionários, que estão trabalhando direto nas agências, sem o revezamento.

 

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