Terça, 14 Abril 2020 15:25

MPB perde Morais Moreira, estrela dos Novos Baianos

Morares Moreira, um dos membros do grupo Novos Baianos que fez história, marcou profundamentea Música Popular Brasileira Morares Moreira, um dos membros do grupo Novos Baianos que fez história, marcou profundamentea Música Popular Brasileira

Carlos Vasconcellos Imprensa SeebRio

A Música Popular Brasileira perdeu um importante nome de sua constelação: o cantor e compositor Morais Moreira, 72 anos, que morreu na segunda-feira (13), em seu apartamento na Gávea, no Rio de Janeiro.

Antonio Carlos Moreira Pires nasceu em 1947, em Ituaçu, interior da Bahia. Aprendeu a tocar violão ainda jovem em Caculé, no sudoeste baiano e aos 19 anos se mudou para Salvador.

Fez parte da banda que teve uma história marcante para a música brasileira: Os Novos Baianos, fundada em 1970 e composta também por outros jovens talentosos: Luiz Galvão, Paulinho Boca de Cantor, Baby Consuelo e Pepeu Gomes. O grupo é considerado ao lado da Jovem Guarda e da Tropicália como um dos mais relevantes movimentos da canção jovem dos anos 60 e 70. Influenciados por João Gilberto e Tom Zé, fizeram uma revolução que marcou o aspecto antropofágico da cultura brasileira, misturando rock com elementos de samba, frevo, maracatu, inaugurando um estilo singular.

O disco "Acabou Chorare" é considerado um clássico da MPB.

Em 1975, Moraes Moreira deixou os Novos Baianos. Até meados da década de 70, os trios elétricos só tocavam músicas instrumentais para arrastar os foliões, e com Moraes isso mudou. A estrela baiana foi a primeira cantar num trio elétrico. No carnaval de 1976, ele puxou a multidão no trio de Armandinho, Dodô e Osmar.

Últimas composições

A paixão pelo Flamengo era uma inspiração e participou das atrações brasileiras da primeira edição do Rock in Rio, em 1985.

Em 2016, Moraes Moreira se juntou aos outros ex-integrantes dos Novos Baianos e o grupo percorreu o Brasil, matando a saudade dos fãs.

Moraes Moreira também era presença constante no carnaval de Salvador.

Nos últimos meses, estava compondo bastante. Tinha 20 músicas inéditas e o sonho de ver estas canções gravadas por cantoras que falaram de sua morte com emoção e gratidão.

“Eu que gravei tantas canções dele, incluindo ‘Festa de Interior’, que foi um grande sucesso popular. Que ele fique em paz, que ele vá com Deus”, lembra a cantora Gal Costa.

O último show foi no mês passado, antes da quarentena. O poeta usou o cordel para escrever sobre a pandemia. “Vivemos num mundo insano. Queremos mais liberdade para que tudo isso mude. Certeza, ninguém se ilude. Não tem tempo nem idade”.

 

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