Sábado, 11 Abril 2020 18:18

Sindicato pressiona e Bradesco fecha duas agências após morte por coronavírus

Unidade Largo da Penha, onde trabalhava Paulo Lancellote, e da Barra, onde está locada a filha da vítima entram em quarentena e não vão funcionar
O Bradesco atendeu a solicitação do Sindicato e fechou as agências do Largo da Penha e outra na Barra da Tijuca após a morte do bancário Paulo Lencellote, vítima da Covid-19 O Bradesco atendeu a solicitação do Sindicato e fechou as agências do Largo da Penha e outra na Barra da Tijuca após a morte do bancário Paulo Lencellote, vítima da Covid-19

Carlos Vasconcellos/Imprensa SeebRio

Após a morte do bancário Paulo Lancelotte, 54 anos, na última sexta-feira, 10 de abril, com sintomas de coronavírus, a presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro Adriana Nalesso entrou em contato com o Bradesco solicitando imediatamente o fechamento da agência Largo da Penha onde trabalha Paulo para proteger a saúde e a vida dos demais funcionários, clientes e usuários. Foi pedido também o fechamento da unidade do Shopping Millenium, da Barra da Tijuca onde trabalha uma filha de Lancellote.  

O banco atendeu a reivindicação do Sindicato. Não é de hoje que o movimento sindical vem cobrando da Fenaban o fechamento das unidades bancárias. 

“A decisão do banco não poderia ser outra que não fosse o fechamento das agências. É necessário avaliar a saúde de todos os demais funcionários das duas unidades e dar toda a assistência necessária. É inaceitável que a categoria continue perdendo vidas por causa da insistência da Fenaban em continuar mantendo as agências abertas. É preciso proteger as vidas em primeiro lugar”, disse Adriana Nalesso.

O Sindicato defende o atendimento nas agências apenas em casos de extrema necessidade e mesmo assim com agendamento para evitar aglomerações, fechando todas as demais agências. 

Mais uma vítima

Paulo Lancellote era gerente do Bradesco da agência Penha, na região da Leopoldina do Rio de Janeiro. Ele fazia parte do grupo de risco, pois era diabético e havia voltado de férias no dia 1º de abril. Como não estava se sentindo bem teria entrado em contato com o programa Viva Bem do banco relatando sintomas do Covid-19 e havia sido orientado para fazer os exames a fim de obter o afastamento e receber acompanhamento médico. Mas a violência do vírus não deu tempo sequer para a conclusão dos exames. Paulo foi levado ao hospital às pressas na manhã da última sexta-feira, 10, pois havia piorado o seu estado de saúde, mas acabou não resistindo. É mais uma vida ceifada na categoria por conta da pior pandemia na história da humanidade.  

O banco nega a informação de que o bancário tenha entrado em contato com o programa Viva Bem antes de sua morte.  

 

 

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