Quarta, 08 Abril 2020 21:08
EFEITOS DA MP 927

Bancos desrespeitam bancários: impõem férias compulsórias e negociação individual

Sindicato e Contraf-CUT repudiam prática de instituições financeiras que se aproveitam da MP de Bolsonaro para explorar ainda mais os bancários
EM DEFESA DA CATEGORIA – Adriana Nalesso criticou a MP de Bolsonaro e o oportunismo dos bancos com decisões que exploram ainda mais os bancários EM DEFESA DA CATEGORIA – Adriana Nalesso criticou a MP de Bolsonaro e o oportunismo dos bancos com decisões que exploram ainda mais os bancários Nando Neves/SeebRio

Carlos Vasconcellos/Imprensa SeebRio

Bancários de diversas instituições financeiras, especialmente do Banco do Brasil, Itaú e Santander denunciaram ao Sindicato dos Bancários do Rio que  estão sofrendo com várias medidas que, na verdade, são consequências da Medida Provisória 927/2020, editada pelo presidente Jair Bolsonaro e que autoriza a suspensão dos contratos de trabalho e reduz os salários em plena pandemia de coronavírus

“Com a pressão das centrais sindicais e dos partidos de oposição, o governo recuou, acusado de confiscar salários dos trabalhadores e aprofundar a vulnerabilidade da população e publicou uma nova MP, mas que manteve a lógica perversa e injusta deste governo de jogar sobre os ombros do povo brasileiro o ônus da crise e confiscar salários. Isto não tem nada a ver com a pandemia. Guedes e Bolsonaro se aproveitam para atacar direitos do trabalhador e bajular o empresariado e os banqueiros”, explica a presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Adriana Nalesso.

Os bancos estão impondo férias compulsórias aos empregados que foram afastados dos locais de trabalho, justamente os que são considerados grupos de risco. Além disso, os funcionários são obrigados a gastar os bancos de horas que acumularam, tudo feito de forma unilateral, sem qualquer negociação com os sindicatos.

“Os bancos se aproveitam desta maldita MP e jogam o ônus da crise sobre os ombros dos trabalhadores mais vulneráveis, que estão no grupo de risco. A negociação individual é desigual e nela sempre prevalece a vontade do mais forte, que é o empregador. É uma crueldade. Nada justifica essa prática. O setor financeiro é o mais lucrativo do país há pelo menos 40 anos”, critica Nalesso.  

Sindicato repudia prática

Com esta decisão do governo, as empresas podem colocar o empregado de férias com um aviso de apenas 48 horas, mesmo que o trabalhador ainda não tenha período aquisitivo. O empregador pode ainda estabelecer acordo de banco de horas diretamente com os empregados, sem a necessidade de participação dos sindicatos. O empregado poderá compensar futuramente eventuais horas de inatividade devido à pandemia.  

“O movimento sindical busca sempre o diálogo, a negociação, que mais do que nunca serão fundamentais neste momento tão dramático de calamidade. É lamentável a postura dos bancos, mas vamos continuar pressionando a Fenaban e defendendo os direitos dos bancários”, explica Adriana.  

 

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