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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos/Imprensa SeebRio
O Dia Mundial da Saúde, comemorado no dia 7 de abril traz importantes reflexões sobre esta área tão vital no Brasil e em todo o mundo capitalista.
A necessidade de ampliação no número de leitos e da capacidade do setor público de saúde atender a população numa catástrofe pandêmica como a do coronavírus reafirma a tese da relevância dos investimentos públicos, do erro imperdoável de seguidos governos que cortam verbas das áreas de saúde, pesquisa e educação e do papel de grande alcance social do Sistema Único de Saúde (SUS) para a vida dos brasileiros.
O diretor da Secretaria de Saúde do Sindicato dos bancários do Rio de Janeiro, Gilberto Leal, acha que a pandemia de um vírus tão violento trouxe, pela dor, lições importantes.
‘Nós mesmos trabalhadores, nos acostumamos a limitar nossas reivindicações por melhorias nos planos privados de saúde. Mas esta calamidade nos mostra mesmo é que é o SUS e o papel social do Estado que podem salvar vidas. Mesmo em nações mais ricas, como os EUA, onde não há sistema público, o setor privado mostrou-se um retumbante fracasso para proteger a saúde e a vida das pessoas. Planos privados de saúde só existem é para ganhar dinheiro. Para eles não existem pacientes, mas clientes”, avalia o sindicalista.
Cortes na saúde
Já em seu primeiro ano de gestão, o governo Bolsonaro cortou 4,3% em saúde, 16% em educação. O Ministério da Educação anunciou, em 2019, o corte de quase 12 mil bolsas de estudo em função dos cortes no orçamento na Capes, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) alertou sobre a gravidade das consequências do corte de cerca de 33% (ou R$ 400 milhões) do orçamento que limitou lançamento de editais e contratações de novos projetos. Segundo a agência, os cortes afetaram o sistema brasileiro de pesquisa.
"A história comprova isso: nações que se desenvolveram efetivamente, que deram salto em busca de se tornarem mais prósperas e justas, valeram-se intensamente dos benefícios proporcionados pela pesquisa científica", diz o documento da CNPq. A entidade afirma que o investimento atual em ciência no país chega a 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto). Pesquisadores apelam para que esse valor seja aumentado para, no mínimo, 2%. O CNPq diz que o seu orçamento de 2018 foi de R$ 1,2 bilhão e que em 2019 não teria passado de R$ 800 milhões.
“Esta pandemia põe por terra a crença nos mercados, no estado mínimo, nas privatizações e nas demais teses neoliberais que só têm um fundamento: acúmulo de riqueza para uns poucos e aumento da desigualdade social. Sim, o SUS é de relevante valor para o país e os governos têm de investir mais em saúde, pesquisa e educação. Não é só uma questão ideológica, mas humanitária. O mundo precisa humanizar o capitalismo”, completa Gilberto.