Segunda, 30 Março 2020 23:10
TEM QUE GARANTIR A VIDA E O EMPREGO

Sindicato avalia que Fenaban não avança nas propostas e cobra o fechamento das agências

Movimento sindical quer também a garantia dos empregos e a suspensão das metas. Bancos só mantêm medidas já tomadas, como o trabalho home office
Na agência do Banco do Brasil, no Catete, um bancário morreu com sintomas do coronavírus.  O Sindicato quer o fechamento de todas as agências, garantia dos empregos e suspensão das metas Na agência do Banco do Brasil, no Catete, um bancário morreu com sintomas do coronavírus. O Sindicato quer o fechamento de todas as agências, garantia dos empregos e suspensão das metas

O Sindicato dos Bancários do Rio avalia que não houve os avanços necessários na reunião realizada através de videoconferência, na segunda-feira, 30 de março, entre o Comando Nacional da categoria e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). A presidenta da entidade, Adriana Nalesso, voltou a defender o fechamento das agências, com a criação de um sistema eficiente de controle de acesso às agências e o atendimento presencial exclusivo para clientes agendados a fim de evitar aglomerações.
“O isolamento social é uma medida fundamental para combater a proliferação do Covid-19. É preciso proteger os bancários, mas também clientes e usuários e garantir os empregos da categoria, bem como suspender a cobrança por metas. A Fenaban ainda não atendeu as nossas mais importantes reivindicações. No Rio, um funcionário do Banco do Brasil perdeu a vida no domingo (29) apresentando todos os sintomas do Covid-19. Os banqueiros e o governo continuam priorizando os lucros em detrimento das vidas”, disse. Nalesso lembrou ainda que os bancos já acumularam lucros de sobra para manter os bancários em casa, suspender demissões e metas e proteger a vida da categoria.
Na semana passada, dois dos três maiores bancos privados do país (Itaú e Santander) comunicaram que não vão demitir funcionários enquanto durar a pandemia, uma reivindicação da categoria. O Sindicato está atento para o cumprimento deste item que é um dos mais importantes das revindicações dos bancários.

Home office mantido

O Comando Nacional dos Bancários, pressionou e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) anunciou que os bancos se comprometem a manter o isolamento que já colocou mais de 230 mil bancários para trabalharem em casa, em sistema de home office. A apreensão da categoria aumentou em função do crescimento veloz do número de casos de infectados no país e com as ameaças do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que editaria um decreto obrigando o retorno ao trabalho para todas as categorias.
Outra preocupação é que, a partir desta semana, está previsto um aumento na demanda pelo atendimento nas agências devido ao pagamento do benefícios da Previdência e muitos aposentados precisam do atendimento presencial para a retirada de seus cartões, uma vez que será o primeiro pagamento que irão receber.
“O Sindicato repudia a postura de Bolsonaro, que contraria as orientações de manter o isolamento social da Organização Mundial da Saúde, de médicos, sanitaristas e cientistas. É uma atitude irresponsável de quem só quer atender à ganância dos banqueiros e dos grandes empresários e não tem compromisso com a proteção da vida das pessoas. Os bancos precisam avançar e privilegiar a saúde e vida”, acrescenta Adriana.
A representação da categoria também cobrou respostas sobre as demais reivindicações apresentadas pelo movimento sindical aos bancos desde o dia 12 de março, quando o Comando enviou um ofício à Fenaban.
Os bancos informaram que cerca de 2.200 agências foram fechadas em todo o Brasil, como medida para evitar a propagação do vírus.
A pedido do Comando dos Bancários, o Banco Central reduziu o horário de atendimento ao público pelos bancos. Os bancos realizam ainda uma campanha na mídia para orientar os clientes sobre o uso dos meios digitais e caixas eletrônicos, assim como sobre os riscos da contaminação pelo coronavírus, atendendo a um pedido dos sindicatos.
O movimento sindical criticou ainda a decisão do governo de liberar R$ 1,2 trilhão para os bancos sem nenhum compromisso de atender à sociedade, mas apenas para garantir “maior liquidez e caixa para as instituições financeiras” e cobrou que os bancos não cumpram as medidas previstas nas Medidas Provisórias 927 e 928/2020, do Governo Federal, que autorizam as empresas a negociarem diretamente com os trabalhadores, sem a intermediação dos sindicatos.

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