Segunda, 30 Março 2020 23:09
CORONAVÍRUS

Sindicato cobra e Bradesco promete novas orientações sobre metas

A pressão para atingir resultados nos bancos adoece um grande número de bancários. Com a pandemia, o Sindicato quer a suspensão imediata das metas
A pressão para atingir resultados nos bancos adoece um grande número de bancários. Com a pandemia, o Sindicato quer a suspensão imediata das metas A pressão para atingir resultados nos bancos adoece um grande número de bancários. Com a pandemia, o Sindicato quer a suspensão imediata das metas

O Sindicato dos Bancários do Rio tem uma luta histórica em defesa dos empregos e pelo fim da pressão imposta pelas metas nos bancos. Em função da crise gerada pela rápida proliferação do novo coronavírus, a entidade e o Comando Nacional da categoria cobram das instituições financeiras a suspensão imediata das demissões e das metas, além do fechamento das agências, abrindo exceção ao atendimento somente para os casos de extrema necessidade, de forma agendada para garantir a segurança de bancários, clientes e usuários, até porque nos últimos anos a lucratividade do setor financeiro tem sido a maior do país.

Denúncias de funcionários

“No Rio, os bancários são convocados a participar de áudios de conferências todos os dias para a cobrança de metas. A pressão é insuportável”, explica a diretora do Sindicato, Nanci Furtado.
Segundo uma enquete, 87% dos funcionários do Bradesco afirmaram que as metas não diminuíram. Por conta do grande número de reclamações dos bancários, o Sindicato cobrou posicionamento da direção da instituição financeira. Na tarde da última quinta-feira, dia 26, o banco informou que uma reunião via áudio foi realizada com as diretorias regionais a fim de reorientar sobre a cobrança de metas.
“A nossa expectativa é a de que com esta nova orientação do Bradesco, a situação melhore para os funcionários. Não faz sentido, em plena recessão econômica global e diante da catástrofe pandêmica, manter a pressão psicológica para que os resultados sejam alcançados. A vida vale mais do que tudo e os bancos precisam ser mais sensíveis e solidários para ajudar na proteção de bancários, clientes e da população de um modo geral, até porque a lucratividade do sistema financeiro nos últimos anos superou as expectativas do mercado em comparação a outros segmentos da economia”, acrescenta Nanci. A sindicalista lembra que, mesmo com a Estado do Rio já falido e agora a crise agravada pelo avanço do Covid-19, o banco continua cobrando metas de maneira abusiva e quer impor um nível de superação inteiramente fora da realidade do atual contexto de pandemia e colapso econômico que se avizinha.
“Segundo as denúncias, quando não estão trabalhando, os bancários são obrigados a ouvir áudios com cobranças do banco. Se esta prática estiver de fato ocorrendo e continuar nós vamos cobrar da matriz do Bradesco para apurar as denúncias a fim de que sejam tomadas as devidas providências, pois não cabe cobrar resultados diante de uma catástrofe humanitária desta envergadura que afeta o mundo inteiro”, acrescenta. Ainda segundo a pesquisa, apenas 14,5% do total de bancários (inclui os demais bancos) responderam que as metas diminuíram por conta da pandemia. E 76,17% afirmaram que as metas seguem as mesmas.
O Sindicato vai continuar acompanhando o problema. “Se a situação não melhorar, o bancário deve ligar para que o Sindicato e o Comando Nacional dos Bancários possam cobrar dos bancos e da Fenaban uma solução e garantir um ambiente de trabalho mais tranquilo e saudável para todos os funcionários”, conclui Nanci. Os bancários podem fazer suas denúncias com sigilo e segurança pelos telefones 21034121/4172.

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