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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Por Carlos Vasconcellos
O presidente Jair Bolsonaro e o Ministro da Economia Paulo Guedes não medem esforços em medidas para socorrer quem mais ganha dinheiro no Brasil: os bancos. O Banco Central (BC) está comprando títulos soberanos do Brasil denominados em dólar (global bonds) das instituições financeiras nacionais. A operação é com compromisso de revenda (repo). O estoque desses títulos é de US$ 31 bilhões (R$ 161 bilhões). O valor é 11 vezes mais do que as medidas do governo para socorrer os mais pobres em plena calamidade do novo coronavírus (R$15 bilhões).
Essa é a primeira vez desde 2008, época da crise financeira internacional, que o BC faz esse tipo de operação que aumenta a liquidez no mercado no atual momento de crise agravado pela pandemia da Covid-19.
Em nota, o BC informou que os títulos serão comprados com desconto de 10% em relação aos preços de mercado. “A medida entrou em vigor no dia 18 de março e visa a garantir o bom funcionamento dos mercados”.
Banqueiro, fundador do banco BTG Pactual, deixou claro desde o primeiro dia do atual governo que sua prioridade e compromisso são com o cartel do sistema financeiro.
O lucro líquido dos quatro maiores bancos do Brasil com ações na Bolsa de Valores, Itaú (R$26,58 bi), Bradesco (R$ 22,6 bi), Banco do Brasil (R$18,16 bi) e Santander (R$ 14,18 bi) cresceu 18% em 2019, na comparação com o ano anterior. Os ganhos acumulados somaram R$ 81,5 bilhões ante R$ 69,1 bilhões em 2018.
A roda da economia
Com a depressão econômica, Guedes tratou logo de tomar medidas como o direito das empresas suspenderem o contrato de trabalho, cortando ou reduzindo salários, deixando os trabalhadores à deriva e praticando o oposto do que governos como na Europa e o dos EUA têm feito, que é garantir o emprego e a renda dos trabalhadores para que a população fique em casa ou preste serviços em sistema de home Office. O descaso do governo brasileiro com o povo é tamanho que a política ultraliberal do ministro banqueiro não percebe um elemento fundamental para enfrentar a crise econômica é o consumo das famílias. Afinal, de que adianta socorrer somente as grandes empresas e bancos: quem vai comprar os produtos fabricados pelas indústrias e vendidos pelo comércio, ministro?