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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,1% em 2019, segundo divulgou na quarta-feira (4/3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O “Pibinho” de Bolsonaro e Paulo Guedes representa o desempenho mais fraco dos últimos três anos. O resultado ruim teve como principais causas o empobrecimento da população brasileira (desaceleração do consumo das famílias) e o baixo investimento privado, que representa uma desconfiança do mercado para com a política econômica do governo. A terceira alta anual consecutiva após dois anos de retração não é suficiente para uma recuperação econômica consistente do país após a queda em 2015 e 2016.O patamar do ano passado é o mesmo de 2013. Em 2017 e 2018 o crescimento foi de 1,3% em ambos os anos, após retrações de 3,5% em 2015 e de 3,3% em 2016.
Para o mercado é mais um ano decepcionante e a causa foram os resultados muito ruins da atividade econômica em novembro e dezembro, levando os especialistas a projetarem 2019 como mais um ano de taxa bem próxima de 1%. No começo do ano a expectativa era de um avanço de mais de 2% no ano. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
“O desempenho da economia confirma a falácia do governo de que a reforma da Previdência era necessária para uma ‘retomada do crescimento econômico’. O que faz crescer a economia é a geração de empregos formais e a elevação da renda do povo”, afirma o vice-presidente da Contraf-CUT Vinícius de Assumpção.
Consumo desacelera
O crescimento econômico depende especialmente do poder de compra dos trabalhadores. O fortalecimento do mercado interno é a principal arma de uma nação para enfrentar crises externas. O crescimento da economia em 2019 foi mais uma vez sustentado pelo consumo das famílias, mas o ritmo de recuperação do consumo desacelerou 1,8%, após avanços de 2% em 2017 e 2,1% em 2018. Foi o resultado mais fraco desde 2016, diante da baixa confiança dos mercados e do desempenho pífio na geração de empregos, cujo crescimento está sustentando principalmente no mercado informal. Metade da população economicamente ativa está na informalidade. O quadro é facilmente verificado nas ruas dos grandes centros urbanos, com a explosão dos aplicativos da uberização e de milhões de jovens trabalhando cerca de 12 horas por dia nos I-foods da vida para ganhar, em média R$413, menos da metade de um salário-mínimo e sem nenhum direito como o FGTS e a aposentadoria.
O bobo da corte e a piada de mau gosto
Nesta quarta-feira, 4, o presidente Jair Bolsonaro fez piada e usou o humorista Márvio Lúcio, o Carioca, da TV Record, personificando o presidente em uma ação ensaiada para se esquivar de responder às perguntas dos jornalistas sobre o fracasso do PIB. O ator chegou junto com o secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten ao Palácio do Alvorada pouco antes de Bolsonaro. O humorista queria que os repórteres fizessem perguntas para ele: "Aqui é o presidente fake”, disse.
Mais de 11 milhões de desempregados, 63 milhões de endividados negativados no SPC e o povo brasileiro sofrendo as consequências. Será que não há ninguém no governo, nem um general para avisar ao Bolsonaro que governar o Brasil não é uma brincadeira? Ou de fato, o presidente é literalmente uma fake News?