Segunda, 02 Março 2020 19:52

LER/DORT: Categoria adoece 150% vezes a mais que a população em geral

A categoria bancária é uma das maiores vítimas da LER/DORT. O Sindicato cobra dos bancos uma política de prevenção A categoria bancária é uma das maiores vítimas da LER/DORT. O Sindicato cobra dos bancos uma política de prevenção

O 28 de fevereiro, ainda em clima de carnaval, não pode ser esquecido, pois é o Dia Internacional de Prevenção às Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). A data é motivo de reflexão para a categoria bancária. O número de bancários adoecidos vítimas de LER/DORT é alarmante e chega a ser 150 vezes maior do que no resto da população. Os dados são oficiais do INSS. Entre 2012 e 2017, 24.514 trabalhadores do sistema financeiro afastaram-se por doenças relacionadas ao trabalho. Destes, 12.678 afastaram-se por tendinites, bursites ou lesões no túnel do Carpo, consideradas LER/DORT, o que representa 51,71% do total.
“A sobrecarga de trabalho em função de cortes de postos de trabalho só agrava a situação da doença ocupacional em nossa categoria. O Sindicato tem lutado por políticas de prevenção às doenças no trabalho, mas os bancos parecem se preocupar apenas com os lucros”, afirma o diretor do Sindicato Edelson Figueiredo. O sindicalista lembra ainda que a falta de uma ação preventiva nos bancos tem um alto custo para o país.
“Banqueiros e empresários falam tanto em produtividade, mas ao não darem condições dignas de trabalho e de saúde só fazem crescer o número de trabalhadores de licença médica elevando os custos do INSS com afastamentos, pensões e aposentadorias”, critica Edelson.
Pesquisadores da Fundacentro, que desenvolve estudos e pesquisas sobre segurança e saúde no trabalho, apontam a LER/DORT como uma das doenças ocupacionais que mais geram incapacidade prolongada para o trabalho, além destes trabalhadores lesionados sofrerem discriminação nas empresas e, quando demitidos, geralmente irregularmente, têm dificuldades para se reinserir no mercado de trabalho.
“Num trabalho conjunto de nossa Secretaria de Saúde e do Departamento Jurídico temos conseguido várias reintegrações de bancários demitidos mesmo estando em tratamento médico por conta de doenças do trabalho”, acrescenta Edelson.

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