Segunda, 10 Fevereiro 2020 20:58

Bradesco ameaça demitir quem não tem qualificação mas não concede auxílio-educação

Presidente do banco parece obcecado por demitir trabalhadores e já pensa em mais cortes caso seja aprovada a reforma tributária

O setor mais rentável do país, os bancos, continua elevando os lucros mesmo diante da recessão sofrida pela economia do Brasil. O Bradesco lucrou em 2019 R$25,8 bilhões, um resultado 20% maior do que em 2018. Apesar dos lucros extraordinários, os banqueiros parecem mesmo ser obcecados pela prática de demitir trabalhador. É o caso do Bradesco.
“O presidente da empresa, Octavio de Lazari é um dos mais radicais defensores do governo Bolsonaro. Ele declarou recentemente à imprensa que poderá demitir mais 372 funcionários, metade do atual quadro do departamento de auditoria, caso seja aprovada a reforma tributária do ministro da Economia Paulo Guedes. Os banqueiros têm obsessão em demitir trabalhadores”, critica o vice-presidente do Contraf-CUT Vinícius Assumpção.
Cobrança por qualificação
O Sindicato tem recebido denúncias que a direção do Bradesco tem cobrado cada vez mais que seus funcionários façam cursos de qualificação profissional, inclusive com ameaças de demissão para quem não adquirir as certificações.
“O banco ameaça demitir quem não tem a qualificação exigida, mas não faz nada para valorizar seus funcionários. Nas negociações, os representantes do Bradesco sequer aceitam abrir diálogo sobre o auxílio-educação, um benefício que já existe em outras instituições financeiras”, explica a diretora do Sindicato Nanci Furtado. A sindicalista cobra ainda melhorias na cobertura da rede credenciada do plano saúde e odontológico, que deixa muito a desejar.
Santander lucra R$14,5 bi
A participação do Santander Brasil nos lucros globais do grupo espanhol não para de crescer. O banco teve um lucro líquido de R$ 14,5 bilhões em 2019, uma alta de 17,4% em relação a 2018. Com o desempenho, a fatia do Brasil no lucro global avançou de 26% para 28% em um ano.
“Apesar dos funcionários brasileiros contribuírem mais com os ganhos do banco no mundo, a direção do Santander não valoriza os bancários daqui. Tem aumentando na mesma proporção dos lucros, a cobrança por metas absurdas, a sobrecarga de trabalho e o adoecimento de bancários e o banco ainda quer impor trabalhos aos sábados, o que foi impedido graças a reação do Sindicato”, ressalta a diretora do Sindicato Maria de Fátima.

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