Segunda, 03 Fevereiro 2020 18:47

Sob Bolsonaro, Brasil piora no Ranking da Corrupção

O combate à corrupção, a principal bandeira da campanha eleitoral de Bolsonaro, não avançou no primeiro ano de seu governo O combate à corrupção, a principal bandeira da campanha eleitoral de Bolsonaro, não avançou no primeiro ano de seu governo

Em 2019 o Brasil não avançou na principal bandeira de campanha do governo Bolsonaro, o combate à corrupção. A percepção sobre o problema no setor público é hoje a mesma do fim do governo de Michel Temer (MDB).
A conclusão está na edição de 2019 do Índice de Percepção de Corrupção (IPC), divulgado pela Transparência Internacional. O IPC adota uma escala que vai de 0 (país percebido como muito corrupto) a 100 (muito íntegro). Na edição de 2019, o Brasil obteve a nota 35, a mesma de 2018, porém, o país caiu uma posição em relação aos demais países e territórios avaliados: está hoje na 106ª posição, empatado com a Albânia, Costa do Marfim, Argélia e Egito.
A edição de 2019 também marca o 5º ano seguido em que o Brasil piora sua posição em relação aos demais países: a última vez que o país avançou no ranking foi em 2014, durante o governo Dilma Rousseff, quando chegou ao 69º lugar. De lá para cá, houve queda relativa em todas as edições.
Retrocesso
O ano passado foi de retrocessos nesta área, segundo a Transparência Internacional, apesar da retórica anticorrupção do presidente Bolsonaro e do ministro da Justiça, Sérgio Moro. A entidade destaca como retorcesso a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de suspender em julho de 2019 o uso de relatórios do Coaf sem autorização judicial. O governo teria articulado em favor desta decisão para barrar as investigações da Justiça em relação ao suposto esquema de corrupção do filho do presidente, Flávio Bolsonaro, quando ele era deputado estadual. O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro acusa Flávio de ser chefe de uma organização criminosa e e de lavagem de dinheiro no esquema conhecido na Alerj como “rachadinhas”, que levou a prisão do então presidente do parlamento fluminense, Jorge Picciani e várias parlamentares. O esquema envolveria 27 deputados e 75 assessores da Casa. Foram identificados pelo MPF pelo menos 13 assessores que repassaram parte dos salários de Flávio ao ex-assessor, Fabrício Queiroz, que recebeu 483 depósitos em sua conta de mais de R$2 milhões.
Os menos corruptos
Os países percebidos como mais íntegros no mundo são a Dinamarca e Nova Zelândia, na Oceania. Os dois obtiveram 87 pontos de 100 e estão empatados em primeiro lugar. Em seguida vêm a Finlândia (86 pontos), Cingapura, Suécia e Suíça (85 pontos cada), Noruega (84) e Holanda (82). Alemanha (80) e Luxemburgo (80) fecham o “top 10” da lista da edição deste ano.

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