Terça, 28 Janeiro 2020 01:11

Sindicato marca seus 90 anos com debate político e homenagem a Palhano

Debate reuniu a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira,  a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso e o professor João Sicsú Debate reuniu a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso e o professor João Sicsú

Fazendo jus a sua longa história de lutas, o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro comemorou seus 90 anos, completados em 17 de janeiro, com um evento nesta segunda-feira (27/1), no auditório da entidade, marcado pelo debate sobre a atual conjuntura econômica, política e social, as perspectivas deste ano para os bancários e demais trabalhadores cujos direitos estão sob ameaça de serem ainda mais cortados pelo atual governo. Participaram como palestrantes o professor do Instituto de Economia da UFRJ, João Sicsú e a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
O ex-presidente do Sindicato, Aluízio Palhano, torturado e morto em 1971 pela ditadura militar foi homenageado com a entrega de uma placa comemorativa dos 90 anos ao integrante do Grupo Tortura Nunca Mais, João Costa, que representou a família do ex-dirigente. Também foram homenageados com a placa comemorativa ex-presidentes da entidade, da década de 1970 a 2015, entre eles, Cyro Garcia, Fernanda Carisio, José Ferreira, Vinícius Assumpção e Almir Aguiar. Participaram ainda da comemoração dirigentes de centrais sindicais, como a CUT, CTB e Intersindical e de outros sindicatos.
Resistir aos ataques do governo
A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, fez um resgate dos 90 anos, frisando que a entidade sempre se pautou pela organização das lutas da categoria, garantindo inúmeras conquistas ao longo deste período, participando ativamente também das mobilizações nacionais da sociedade, fosse contra a ditadura, pela democracia e por justiça social. Defendeu o fortalecimento desta atuação de modo a derrotar o projeto do atual governo de ameaças a direitos democráticos, corte de direitos socais e do investimento público, sucateamento e entrega das empresas estatais ao setor privado e de submissão ao capital internacional.
O professor João Sicsú previu a continuidade da estagnação econômica como consequência das medidas já tomadas pelo governo em 2019 e as previstas para serem colocadas em prática este ano, como as emendas constitucionais (PECs) com mais cortes no investimento público, de salários dos servidores e outros projetos a serem votados pelo Congresso Nacional. “Nenhum país sai do fundo do poço e passa a crescer com um corte tão profundo no investimento público. E sem a retomada do crescimento e do consumo, nenhum empresário vai investir no aumento da produção. As medidas do governo farão, muito provavelmente, com que a atividade econômica se mantenha patinando como está”, avaliou.
Juvândia Moreira defendeu a unidade dos bancários para, na campanha salarial deste ano, preservar os direitos contidos na Convenção Coletiva de Trabalho a ser negociada com a Fenaban. “Nossa unidade é a nossa maior força”, argumentou. A mesma unidade deve ser construída pelos sindicatos com diversos setores da sociedade para impedir o aprofundamento do projeto do governo de mais retrocessos nos direitos sociais, sucateamento de empresas públicas, como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobras e Eletrobras, entre outras, preparando a sua privatização e a entrega das riquezas nacionais. “Temos que saber mostrar para a sociedade que o governo está concentrando a renda, aumentando a miséria, a fome, cortando drasticamente as verbas de setores estratégicos para o desenvolvimento do país e desmantelando os bancos federais, que são instrumentos de fomento”, defendeu.

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