Terça, 21 Janeiro 2020 22:13

Aluízio Palhano, presente!

A luta de Palhano pela democracia e contra o  fascismo permanece mais urgente do que nunca A luta de Palhano pela democracia e contra o fascismo permanece mais urgente do que nunca

Assassinado em 1971, sob tortura comandada pelo então major Carlos Alberto Brilhante Ustra, militar idolatrado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Aluízio Palhano foi uma das principais lideranças bancárias de todos os tempos. Foi também um dos mais importantes líderes sindicais nacionais na luta contra a ditadura (1964-1985) e pela volta do regime democrático. Presidiu o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e foi dirigente do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) e da Vanguarda Popular Revolucionaria (VPR), organização política de resistência à ditadura.
Palhano será homenageado no evento do dia 27 de janeiro, comemorativo dos 90 anos do Sindicato. Será a partir das 18 horas, no auditório da entidade (Av. Pres. Vargas, 502, 21º andar).
A ossada de Palhano foi descoberta em 1990, com mais outras mil de pessoas também vítimas da repressão, numa vala clandestina no Cemitério Dom Bosco, em Perus (SP). A identificação de Palhano foi confirmada em 27 de novembro de 2018 e anunciada durante o I Encontro Nacional de Familiares promovido pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
A luta de Aluízio Palhano está mais presente do que nunca. O Brasil tem obrigação de retomar a pauta de resgate de sua história e memória, trazendo a verdade à tona e punindo quem perpetrou os crimes contra a humanidade, praticados pela ditadura. Sem isso, a história fica incompleta, não há reparação, não há reconciliação. Sem isso, é possível que voltem a acontecer atrocidades cometidas pelos militares como naquela época.
Para que isso nunca mais aconteça, é fundamental que todos estejam firmes para enfrentar um governo, como o atual, eleito defendendo a redução da maioridade penal, o uso da força e de armas, ou seja, a revogação da Lei do Desamamento. O presidente eleito é admirador e defende as práticas do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. O Brasil e o povo brasileiro não merecem ser violentados novamente.
Por isso, mais do que nunca é preciso repetir: companheiro Palhano, presente! E fazer isto para cobrar que se faça justiça punindo os responsáveis pelos assassinatos e torturas daquele período sombrio do Brasil. E para que isso não se repita nunca mais.

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