Quinta, 19 Dezembro 2019 19:42

Santander constrange funcionários a fazerem doações para instituições

Uma campanha solidária deve sempre ser fruto de doações voluntárias. Mas não no caso do banco Santander. O grupo espanhol lançou a campanha “Sonhos que Transformam” para que seus funcionários façam doações para instituições beneficentes escolhidas pelos próprios bancários. O banco estabelece também o valor das doações, que são de 1% da remuneração variável, incluindo o programa de Participação dos Lucros e Resultados (PLR) dos trabalhadores, que será creditada em fevereiro de 2020. Os valores serão descontados diretamente dos valores que o funcionário tem a receber. O problema é que quem não quiser doar precisa entrar no site disponibilizado pelo banco e marcar a opção “não”.
“A iniciativa de uma campanha beneficiente é sempre uma ideia boa, mas ela precisa ser espontânea. No caso do Santander, há um constrangimento para que o bancário faça a sua doação”, critica a presidenta do Sindicato do Rio, Adriana Nalesso.
Para piorar, funcionários que não querem efetuar a doação estão encontrando dificuldades para registrar sua contrariedade ao desconto. Ao clicar em “Não” o sistema solicita o CPF e a senha do Internet Banking, ainda assim a um retorno para confirmar a sua negativa. O bancário também tem que informar se já participa de outros programas de doação.
Altos executivos contribuem menos - Os altos executivos do banco recebem parte da remuneração variável em ações do Santander. Isso não conta para o cálculo do 1%, ou seja, os executivos vão doar menos de 1% da sua remuneração variável, incluindo o presidente da empresa.
A Contraf-CUT enviou um ofício ao Santander exigindo alterações no modelo do programa de doações.

Mídia