Segunda, 16 Dezembro 2019 20:17

Tributação de cheque especial prejudica clientes e beneficia bancos

O que parecia uma boa notícia, exaltada pela grande mídia não passa de uma cilada do governo, que no caso do cheque especial resolveu “dar com uma mão para tirar com a outra”, como se diz na gíria popular. Ao tabelar e reduzir os juros do cheque especial em 8% ao mês – em outubro chegou a 12,4% - o governo criou uma contrapartida que prejudica clientes e pode beneficiar ainda mais os bancos. Para financiar parte da queda dos juros do cheque especial, o Conselho Monetário Nacional autorizou as instituições financeiras a cobrar, a partir de 1º de junho do próximo ano, tarifa de quem tem limite do cheque especial maior que R$ 500 por mês. Equivalente a 0,25% do limite que exceder R$ 500, a tarifa será descontada do valor devido em juros do cheque especial. E o pior: o correntista vai pagar taxa mesmo sem usar o cheque especial.
A taxa média do cheque especial estava em 305% ao ano, mas alguns bancos cobram mais de 600% ao ano, a mais alta taxa do mundo.
“O Brasil possui um cartel de bancos que cobra as mais altas taxas de juros do mundo. Reduzir os juros é antes de tudo uma obrigação do governo, mas não adianta reduzir juros e taxar ainda mais os clientes, que já pagam caro para ter os serviços bancários. É uma cilada”, critica a presidenta do Sindicato do Rio Adriana Nalesso. A sindicalista lembra ainda que os juros no cartão do crédito são os maiores vilões do endividamento da população brasileira, com os mais altos juros praticados no planeta.
“Não dá para bancos praticarem mais de 300% ao ano no Brasil e, as mesmas instituições financeiras cobrarem de 2% a 8% ao ano em países da Europa. O nosso país não pode continuar a ser o paraíso dos banqueiros”, acrescenta.
O Brasil tem mais de 63 milhões de pessoas endividadas com o nome sujo, portanto, sem crédito para consumir. O cartão de crédito é o vilão do endividamento no Brasil.

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