Terça, 26 Novembro 2019 12:10
SERÁ?

Bradesco promete que não haverá demissões e diz que ainda estuda fechamento de agências

O diretor do Sindicato do Rio, Leuver Ludolff (à direita, de camisa vermelha), participou da reunião da COE com a direção do Bradesco, em São Paulo O diretor do Sindicato do Rio, Leuver Ludolff (à direita, de camisa vermelha), participou da reunião da COE com a direção do Bradesco, em São Paulo

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em entrevista no fim de outubro, disse que o banco pretende fechar 450 agências até 2020. Os sindicatos, através da Comissão de Organização dos Empregados (COE) cobrou informações sobre a intenção da segunda maior instituição financeira do país, em reunião na segunda-feira, 25 de novembro, em São Paulo. Os representantes do Bradesco disseram que “trata-se ainda de um estudo” e que vai levar em consideração o cenário econômico, o acompanhamento do movimento de clientela e as inovações tecnológicas”.

Os sindicalistas da COE reivindicaram que não haja, no fechamento das agências, demissões dos funcionários, e que o Bradesco requalifique os trabalhadores e respeite a cláusula específica (54ª) da CCT da Categoria.  A cláusula prevê a requalificação e realocação de funcionários para aprimoramento técnico do bancário em caso de fechamento de unidades ou mudanças promovidas pelo avanço tecnológico. O banco disse que “prima pela requalificação das pessoas e que os funcionários afetados serão reaproveitados. E ainda garantiu que o Sindicato e entidades representativas serão avisados antes de qualquer ação de redução de unidades.

Orientação financeira

Outro assunto abordado na reunião foi o mutirão de orientação financeira e renegociação de dívidas a ser realizado de 2 a 6 de dezembro, com atendimento estendido até as 20h. A ação, setorial, é organizada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos). O Sindicato lembra que o trabalho além da jornada deve ser voluntário e o banco garantiu o pagamento de horas extras. Havia uma tela de um estudo técnico preliminar circulando no WhatsApp que falava de trabalho aos sábados, mas o banco garantiu que “não era um comunicado oficial”.

Especialista de investimentos

Outro assunto na pauta da reunião foi o cargo de especialista de investimentos. Segundo o banco, “não se trata de um cargo novo”, ele “já existe na estrutura do departamento de investimentos e nas gerencias regionais”. E que “uma análise mercadológica apontou a necessidade de reestruturação e readequação desse segmento”.

A COE levou ao encontro também algumas queixas de funcionários, como a contratação de profissionais do mercado, no lugar de valorizar funcionários prata da casa. O Bradesco garantiu que são contratações pontuais e que prevalecerá o processo de valorização dos seus empregados.

Também foi tratada na reunião a questão salarial. Uma das queixas dos bancários é que os profissionais do mercado chegam com um salário maior. O Bradesco diz que não, e que o aumento para os funcionários segue o desenho de carreira do bancário recém-promovido.

Há também reclamações ao Sindicato de profissionais com todas as certificações que se inscreveram para o cargo novo e ainda não foram recrutados. O Bradesco garantiu que chamará os funcionários de acordo com o perfil e com a demanda.

“A direção do Bradesco disse que não haverá demissões, mas o histórico mostra que em casos de fechamento de agências, as dispensas vêm em seguida. Vamos continuar acompanhando para ver se a promessa do banco é cumprida. Qualquer medida que traga prejuízos para os bancários, o funcionário deve ligar para o Sindicato e denunciar para que possamos tomar as devidas provid|ências”, disse o diretor do Sindicato do Rio, Leuver Ludolff, que participou da negociação, em São Paulo.

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