Segunda, 25 Novembro 2019 15:04

Dia de combate à violência contra a mulher

Iniciada pelo movimento feminista latino-americano, a data é caracterizada pelas atividades de reflexão contra o feminicidio e demais violências de gênero
Escrito por Gabriel de Oliveira
Mais de mil cruzes foram espalhadas no gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, para denunciar o feminicídio no Brasil Mais de mil cruzes foram espalhadas no gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, para denunciar o feminicídio no Brasil Brenda Ortiz/G1

O Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, nesta segunda-feira (25/11), é marcado por atos de repúdio ao feminicídio e a todo o tipo de violência, seja doméstica ou pública. A data também frisa a necessidade de reforçar a luta pelo fim da impunidade, bem como a fortalecimento de políticas públicas ligadas ao tema.

Seminários, reuniões e debates são promovidos por diversas instituições em todo o país. Em memória às vítimas de feminicio no Brasil, 1.140 cruzes foram espalhadas no gramado do Congresso Nacional, na manhã desta segunda-feira (25).

Nos bancos, a discriminação contra as mulheres é uma marca. Mesmo sendo maioria nos privados, principalmente nas faixas até sete salários mínimos e mais escolarizadas que os homens, ganham em média 23,9% a menos. Esta diferença cresce com a ascensão profissional e o aumento da escolaridade das bancárias, segundo dados da pesquisa do Dieese-Rede Bancários com base na Rais do Ministério do Trabalho.

Violência

Mesmo com a aprovação, em meados de 2006, da Lei Maria da Penha, continuaram os ataques violentos contra as mulheres. Em pleno século XXI ainda são vítimas de estupro, assédio sexual, além de atitudes homofóbicas, racistas e machistas, seja no lar, no trabalho ou em escolas e universidades.

Os números da violência são cada vez maiores. De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, também conhecida como Disque 180, registrou, em 2016, 71.586 denúncias de crimes contra a mulher. Em 2017, 73.668 denúncias foram registradas. Já em 2018, o número subiu para 92.663.

Saiba mais

No dia 25 de novembro de 1960 na República Dominicana foram assassinadas as três irmãs Mirabal, ativistas políticas, por ordem do ditador dominicano Rafael Leônidas Trujillo. Em 1981 durante o Primeiro Encontro Feminista Latinoamericano e do Caribe, em Bogotá, na Colômbia, foi aprovada a data de 25 de novembro como Dia Internacional da Não Violência Contra as Mulheres, em memória das irmãs. A data foi finalmente oficializada mundialmente em 1993, com a aprovação pela Assembleia Geral das Nações Unidas da Declaração sobre a Eliminação da Violência contra a Mulher.

Mesmo com diversos avanços conquistados através da pressão ao longo da história, vários tipos de violência contra a mulher se mantêm, muito em função da impunidade. Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que 472 mulheres são assinadas a cada mês, sendo aproximadamente 15 por dia, sobretudo nas regiões Centro-Oeste e Nordeste.

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