Quarta, 06 Novembro 2019 16:52

Itaú quer fechar 400 agências em 2019

Banco lucrou mais de R$21 bilhões em nove meses e já fechou 201 agências físicas em um ano, abrindo 23 unidades digitais
O Sindicato cobra do Itaú a contratação de mais funcionários, o fim da política de demissões e uma melhor distribuição dos lucros O Sindicato cobra do Itaú a contratação de mais funcionários, o fim da política de demissões e uma melhor distribuição dos lucros

O Itaú anunciou que tem como meta fechar em 2019, um total de 400 agências em todo o Brasil. O banco já fechou 201 unidades físicas em doze meses e abriu 23 digitais, totalizando, respectivamente, 3.330 e 196.

A maior instituição privada do país parece ter como prioridade elevar ainda mais os lucros demitindo em massa, através da redução drástica do número de funcionários. O banco fechou, em um ano, 3.534 postos de trabalho. Para a diretora do Sindicato e representante do Rio no COE (Comissão de Organização dos Empregados), Maria Izabel, o avanço das novas tecnologias é usado pelos banqueiros para redução de custos e aumento dos lucros.

“Num país em plena recessão, desemprego e precarização das condições de trabalho, os bancos batem recorde de lucros. A ganância dos banqueiros parece não ter limite, não há nenhum compromisso social. O setor reduz drasticamente o número de agências físicas e demite trabalhadores, na verdade, não com objetivo de facilitar a vida dos clientes, mas para aumentar ainda mais os ganhos”, destaca a sindicalista.

Mais lucro e menos emprego

O Itaú Unibanco faturou R$ 21,067 bilhões nos nove primeiros meses de 2019, um crescimento de 9,4% em relação ao mesmo período de 2018 e um aumento de 1,7% no trimestre.

Estudo do Diesse mostra que a holding contava com 83.536 empregados no país. No segundo trimestre deste ano, o banco lançou um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) que atingiu 3,5 mil adesões. Além do PDV, de acordo com relatório do próprio banco, a redução anual do quadro de empregado deve-se, também, ao encerramento de agências físicas. O banco anunciou que o saldo de agências fechadas em 2019 deve chegar a 400.

“A redução no número de funcionários gera mais sobrecarga de trabalho para quem continua a trabalhar no banco”, acrescenta o diretor do Sindicato, Adriano Campos. O Sindicalista cobrou ainda a contratação de mais empregados e uma melhor distribuição dos lucros. Os dois itens voltarão à pauta do COE nas próximas reuniões com a direção do Itaú.

Insensibilidade

Adriano disse ainda estar indignado com a forma desumana com que o banco trata o tema das demissões. O Itaú chegou ao cúmulo de fazer uma pesquisa com gerentes gerais comerciais e gerentes operacionais em que pergunta o grau de “satisfação” em relação ao processo de desligamentos dos funcionários da própria equipe destas chefias. O questionário pergunta ainda sobre quais dificuldades encontradas para demitir, deixando claro a intenção da empresa de facilitar e agilizar o processo de homologações dos desligamentos.

“Falta sensibilidade à direção do Itaú. Estamos falando de chefes de família que estão sendo demitidos por pura ganância dos banqueiros. Um setor que bate recordes de lucro mesmo diante da maior recessão econômica do país não pode continuar demitindo trabalhadores só para aumentar ainda mais os ganhos”, conclui Adriano.

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