Quarta, 23 Outubro 2019 16:23

ONG Greenpeace protesta em Brasília com derrame de óleos em frente ao Planalto

Apesar de pacífico, o protesto teve o saldo de 19 ativistas detidos nesta manhã de quarta-feira (23)
Escrito por Gabriel de Oliveira
ONG Greenpeace protesta em Brasília com derrame de óleos em frente ao Planalto Christian Braga/ Greenpeace

Em ato pacífico, ativistas da ONG Greenpeace compareceram em frente à praça dos três poderes, em Brasília, para protestar contra a falta de atitude do governo brasileiro em meio à crise ambiental sofrida em 9 estados nordestinos que foram atingidos pelo derrame de óleos, que já atingiu 174 locais na costa litoral do país.

O ato

Os manifestantes levaram vestimentas sujas de óleo, cartazes e máscaras de projeção respiratória. O ato também serviu de protesto contra as queimadas que há alguns meses colocou a Amazônia em um estágio de preocupação internacional, servindo de pauta na reunião do G-20.

Em meio ao protesto, cartazes escritos “Pátria queimada Brasil”, “Um governo contra o meio ambiente”, “Brasil manchado de óleo” e outras dezenas de frases que repudiam a política do Presidente Jair Bolsonaro, que publicamente defende a exploração da Amazônia e ainda não arquitetou uma solução para desenfrear a demanda de óleos no Nordeste.

Durante a semana, populares estiveram nas praias atingidas para retirar blocos de óleos. Alguns clubes de futebol da região, bem como o Ceará, Vitória, Bahia e Náutico, se mobilizaram nas redes sociais e destinaram parte de suas rendas para auxílio na resolução do caso.

Saldo

Mesmo considerado pacífico, o ato teve um saldo de 19 ativistas detidos, visto que, de acordo com a Polícia Militar, alguns integrantes cometeram crime ambiental ao levar troncos de árvores e materiais supostamente composto por óleo. Porta-voz do movimento, Thiago Almeida, rebate dizendo que o material é solúvel na água e também é antitóxico. De acordo com o ativista, o líquido citado pela polícia é feito por corante de bolo, óleo de amêndoa, maisena e tapioca, que misturado com uma tinta preta gera o produto despejado no Planalto.

Óleo no Nordeste

A extensa contaminação já prejudicou diversos animas marinhos, plantas e manguezais. Desde o dia 30 de agosto, quando as manchas surgiram na região, políticos locais pedem auxílio da Polícia Federal, com o fornecimento de materiais para retirada dos óleos.

Conduzida pela Marinha e apurada pela PF, quatro hipóteses são trabalhadas para a solução do caso: transferência do óleo de um navio para outro, naufrágio de navio petroleiro, derramamento acidental e derramamento intencional.

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