Quarta, 23 Outubro 2019 15:22

Chilenos incendeiam o país contra desigualdade e previdência privada

O povo está nas ruas de todo o país contra a política neoliberal que privatizou os serviços públicos e o modelo falido de previdência de capitalização privada
O povo chileno está nas ruas de todo o país contra a política neoliberal e o modelo falido de previdência de capitalização privada que o ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, quer reproduzir no Brasil O povo chileno está nas ruas de todo o país contra a política neoliberal e o modelo falido de previdência de capitalização privada que o ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, quer reproduzir no Brasil Esteban Felix/AP Photo

O aumento das passagens dos transportes públicos foi só o estopim de uma verdadeira convulsão social que leva milhares de chilenos às ruas do país para protestar contra a política econômica neoliberal do presidente do Chile, o empresário e líder da direita, Sebastián Piñera. A mídia brasileira bem que tentou esconder. Mas as privatizações que tornaram os serviços públicos mais precários e muito mais caros e o sistema de previdência privada de capitalização estão entre as principais pautas dos manifestantes.

Projeto falido

Segundo matéria divulgada no jornal Folha de SP, “O descontentamento da sociedade com o sistema previdenciário chileno, administrado por empresas privadas, o alto custo do sistema privado de saúde, o deficiente sistema público de educação e os baixos salários em relação ao custo de vida acabou emergindo junto com os protestos sobre o preço do metrô”. O sistema de aposentadoria por capitalização privada que substituiu a Previdência Social ainda no governo do general ditador Augusto Pinochet, resultou em milhares de idosos ganhando menos do que um salário mínimo.

“A prova de que a previdência privada de capitalização é um dos pilares da rebelião popular no Chile é que o presidente do país “pediu perdão” ao povo e tomou algumas medidas para tentar acalmar os protestos, que já resultou em 18 mortes”, explica o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Gilberto Leal. O governo aumentou o valor das aposentadorias em 20% para alguns casos, reduziu o salário e o número de parlamentares, concedeu ajuda mínima de 350 mil pesos (R$1,97 mil) para trabalhadores com salários inferiores a este valor e aumentou impostos para quem ganha mais que 8 milhões de pesos, cerca de R$44 mi.

Brasil no mesmo caminho

“Reconheço a falta de visão e peço perdão aos meus compatriotas”, disse Sebastián. Apesar do apelo do governo, durante todo o dia desta quarta-feira, 23, as ruas continuaram tomadas pela população revoltada.

“É este modelo neoliberal de previdência de capitalização privada e de privatizações que o ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, quer implementar no Brasil. O trabalhador brasileiro precisa saber que a reforma da Previdência é só um primeiro passo para políticas contra o trabalhador que levaram a Argentina e o Chile ao fundo do poço e começam a levar o Brasil para o mesmo caminho”, acrescenta Gilberto.

 

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