Sexta, 13 Setembro 2019 17:05
CONTAS QUE NÃO FECHAM

Quase 65% das famílias brasileiras estão endividadas

Percentual é o maior em 6 anos. Endividamento cresce pelo oitavo mês consecutivo em agosto
Endividado e sem crédito, o trabalhador fica numa situação humilhante e não consegue pagar as dívidas no cartão de crédito em função dos juros, os maiores do mundo Endividado e sem crédito, o trabalhador fica numa situação humilhante e não consegue pagar as dívidas no cartão de crédito em função dos juros, os maiores do mundo

O percentual de famílias endividadas e inadimplentes aumentou pelo oitavo mês consecutivo em agosto, alcançando 64,8% das famílias. Do total de inadimplentes, 9,5% disseram que não têm condições de pagar o que deve. É o maior índice de endividamento desde julho de 2013. Apesar das promessas no governo Temer de que a reforma trabalhista geraria empregos e ajudaria na recuperação da economia, a recessão se aprofunda e o trabalhador é quem mais sofre. O governo de Jair Bolsonaro (PSL) entra no nono mês sem apresentar propostas concretas e efetivas de aquecimento da economia e geração de emprego e renda e repete as promessas de melhorias para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional. Especialistas alertam que as mudanças vão dificultar a aposentadoria e reduzir os benefícios em até 40%, o que reduzirá a renda média dos aposentados, gerando menos consumo e aumentando a crise.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), foi divulgada na sexta-feira (13) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Juros do cartão

Com os maiores juros aplicados no planeta, o cartão de crédito continua sendo o vilão das dívidas do brasileiro, somando 79,3% das famílias endividadas, seguido por carnês (16,0%)  e financiamento de carro (9,9%).

Entre as famílias com renda até dez salários mínimos (R$ 9.980,00), o cartão de crédito representa 79,6% das dívidas, os carnês (16,8%) e financiamento de carro (8,3%). O cartão de crédito também foi apontado por 78% das famílias com renda acima de dez salários mínimos. Neste grupo, o financiamento de carro foi apontado por 17,4% dos entrevistados e o financiamento da casa própria por 17,3%.

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